Líder da central sindical exige ao Governo a “rectificação” de medidas especiais contra as consequências do coronavírus e exige pagamento a 100% para todos.
Seja para os trabalhadores por conta de outrem no sector privado, para os funcionários do sector público, ou para os trabalhadores a recibos verdes, é preciso que “seja garantido o rendimento total a todos os trabalhadores”, reclama Isabel Camarinha, adiantando que a central sindical vai exigir ao Governo a “rectificação” das medidas especiais para garantir que os direitos dos trabalhadores relativamente às remunerações são salvaguardados.
Em declaração ao PÚBLICO na tarde deste domingo, a secretária-geral da CGTP afirma que os rendimentos dos trabalhadores não podem ser reduzidos (como acontece com o apoio aos pais com filhos em casa, em que o subsídio equivale a 66% do salário) num momento em que se perspectiva que as suas despesas vão aumentar.Isabel Camarinha alerta para a situação de fragilidade dos trabalhadores a recibos verdes, pois,
com a medida de apoio financeiro — de 438 euros —,
significa que ficarão a receber “abaixo” do limiar da pobreza. “Numa situação em que todos vão ser confrontados com aumento das despesas, estes trabalhadores vão ficar numa situação de pobreza extrema”, contesta.
A líder da maior central sindical portuguesa adverte ainda para o facto de este montante extraordinário assegurado pela Segurança Social, revisto no decreto-lei do Governo, só abranger os trabalhadores a recibos que tenham cumprido a obrigação contributiva “em pelo menos três meses consecutivos há pelo menos 12 meses”, deixando de fora quem acaba de abrir actividade e se vê agora confrontado com uma paragem forçada, seja porque a actividade não consegue continuar ou porque o sector onde trabalham tem uma paragem repentina.
“Esse é outro problema. O prazo [definido pelo Governo] é muito longo” e essa restrição legal “vai reduzir ainda mais a abrangência desta medida”, critica Camarinha, lembrando que o Governo deveria ter acautelado estas situações num mercado de trabalho onde a “rotatividade existe” e muitas pessoas com “vínculos precários” têm dificuldade em conseguir “um ano de trabalho” completo.
Para amanhã está agendada uma reunião da Concertação Social e, avisa Camarinha, a CGTP vai confrontar o Governo com a exigência da “rectificação” das medidas para garantir o pagamento a 100% para todos os trabalhadores.
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