O coordenador da Task Force para o Plano de Vacinação covid-19 começou esta terça-feira a enviar uma carta aos autarcas a agradecer o trabalho que têm desenvolvido no processo de vacinação em curso e a antecipar, desde já, o apoio que as estruturas locais poderão vir a prestar no presente e futuro.
Na presente fase, Henrique Gouveia e Melo refere que as autarquias podem ter “uma ação muito relevante” para o sucesso do processo de vacinação, designadamente ao nível da coordenação logística aos centros de saúde, transporte de pessoas com dificuldades de mobilidade ou em isolamento e na identificação de pessoas dificilmente contactáveis, “trazendo-os para o sistema”.
Na carta aos autarcas, assinada na véspera de Carnaval, o vice-almirante realça a informação que “vem sendo veiculada pelo Ministério da Saúde”, relativamente ao desfasamento “entre o número de vacinas contratado e o verdadeiro número de vacinas que têm sido entregues”.
“O resultado desta realidade, que nos é alheia e que estamos em crer deverá começar a desvanecer-se no início do 3º trimestre deste ano, materializa-se, no imediato, no limitar das expetativas criadas quanto ao número de doses de vacinas a disponibilizar”, salienta o responsável do plano de vacinação, que está em crer “dificilmente ultrapassará um milhão de doses, daqui até ao fim de março”.
No cenário atual, e sem desvalorizar a generosidade dos presidentes de câmara, Gouveia e Melo alerta, contudo, a montagem, por algumas autarquias, de centros de vacinação rápida e massiva, “é passível de criar, na ótica da Task Force e face à referida escassez de vacinas , expectativas infundadas na população”.
“Todos os contributos serão, a seu tempo, bem recebidos", escreve o vice-almirante, referindo que o padrão das estruturas de vacinação massiva ainda está a ser "refinado" pela DGS e pela Task Force.
Na correspondência, remetida por meio digital, a que o Expresso teve acesso, o novo coordenador da Task Force entende que este tipo de solução será necessário num futuro próximo, mas a edificar num processo coordenado, controlado e gradual à medida das necessidades e envolvendo todas as entidades competentes.
A posição de Henrique Gouveia de Melo surge após várias autarquias terem anunciado a instalação de centros de vacinação em larga escala. Na passada semana, a Câmara do Porto, em conjunto com os hospitais de São João e Santo António e ainda com a Unilabs, anunciou a instalação de um 'drive thru', no Queimódromo, com capacidade até 2000 doses de inoculação diária, Amadora disponibilizou o pavilhão desportivo Rita Borralho, Sintra cinco polos de vacinação, instalações que se multiplicam um pouco de norte a sul do país, à espera da desejada multiplicação de vacinas.
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