Forças naturais e humanas remodelam constantemente as paisagens da Terra.
ARCO DE DARWIN, ILHAS GALÁPAGOS, EQUADOR
No dia 17 de maio de 2021, esta famosa ponte natural batizada em homenagem ao biólogo inglês desabou no Oceano Pacífico, resultado da erosão, de acordo com o Ministério do Ambiente do Equador. Muito popular entre os turistas de navios de cruzeiro, este Património Mundial da UNESCO está repleto de fauna marinha, desde raias-manta a tubarões-baleia e tartarugas-de-pente.
RECIFE DE CORAL DA ILHA DO NATAL, AUSTRÁLIA
Os corais Mopsella estão entre os vários tipos de corais que rodeiam a Ilha do Natal, o maior atol de corais do mundo e um local muito popular de mergulho. Em 2016, o aumento da temperatura da água devido às tempestades El Niño provocou a morte de cerca de 80% dos corais. Mas no final de 2020, os investigadores começaram a ver sinais de renovação, fornecendo um “vislumbre de esperança” de que a proteção contra os fatores de stress locais podem dar tempo para os corais branqueados recuperarem.
GLACIAR CHACALTAYA, BOLÍVIA
Samuel Mendoza observa o último trecho do Glaciar Chacaltaya no dia 26 de outubro de 2009. Nesse ano, o glaciar com 18.000 anos derreteu, encerrando a época de esqui no pico de uma montanha outrora considerada a mais alta do mundo. Os cientistas bolivianos previam que o glaciar iria derreter até 2015, mas o rápido aumento das temperaturas devido às alterações climáticas acelerou o degelo.
PRAIA DE LEGZIRA, MARROCOS
Praticantes de parapente, surfistas, pescadores e alguns dos visitantes mais bem informados que frequentavam a Praia de Legzira, nos arredores da cidade de Sidi Ifni, em Marrocos, lamentaram quando o arco gémeo vermelho sucumbiu ao peso do enorme penhasco em 2016. Este refúgio colorido era muito popular para observar o pôr do sol. Um cenário semelhante da era Jurássica pode ser encontrado na Baía de Landram em Devon, Inglaterra.
PINHEIRO JEFFERY, PARQUE NACIONAL DE YOSEMITE
O pinheiro Jeffery, no topo do Sentinel Dome de Yosemite, que ficou famoso devido a Ansel Adams, acabou por cair em 2003. Algumas pessoas dizem que este pinheiro, o único numa vista panorâmica muito famosa, foi uma das árvores mais fotografadas do mundo, tendo sido a estrela das imagens de placas de vidro em 1860.
JANELA AZURE, MALTA
Foram necessárias milhares de tempestades para desgastar a Janela Azure, nas falésias calcárias da Ilha Gozo de Malta, mas apenas uma para acabar com ela. Este local icónico na Baía de Dwejra era uma das atrações naturais mais populares desta ilha-nação – e chegou até a aparecer durante breves momentos na série A guerra dos Tronos da HBO – antes de cair em março de 2017. Se quiser ver outros arcos marinhos impressionantes, dirija-se para a zona litoral de Etretat, na Normandia, em França. Pode até caminhar debaixo da impressionante Falaise Aval durante a maré baixa.
MAR MORTO, DELIMITADO POR ISRAEL, CISJORDÂNIA E JORDÂNIA
O extremamente salgado Mar Morto ainda não desapareceu, mas está a encolher a um ritmo alarmante – os níveis de água têm descido mais de um metro por ano nos últimos anos. Devido a esta descida têm surgido vários pontos de drenagem, sinalizando uma iminente crise de escassez de água na região.
DEGRAU HILLARY NO MONTE EVERESTE, NEPAL
O cume do Evereste no Nepal ficou um pouco mais fácil de alcançar no final de maio de 2017, quando um pedregulho enorme a cerca de 60 metros do topo aparentemente desapareceu. Os especialistas acreditam que o enorme ‘Degrau Hillary’ – designação dada em homenagem a Sir Edmund Hillary, que o classificou como uma das características mais desafiadoras da montanha – soltou-se durante um sismo em 2015. Agora, novas investigações chinesas e nepalesas, divulgadas no dia 9 de fevereiro de 2021, revelam que o cume histórico está na verdade 8.848,86 metros acima do nível do mar, 60 centímetros mais alto do que o reconhecido anteriormente.
RIO SLIM, CANADÁ
Na primavera de 2017, um rio desapareceu aparentemente do dia para a noite no território Yukon do Canadá. Este desaparecimento aconteceu devido ao recuo do enorme Glaciar Kaskawulsh, cuja água do degelo foi desviada do rio Slim para alimentar um rio diferente. Os cientistas denominam este caso como o primeiro de “pirataria fluvial” dos tempos modernos. Estas mudanças também estão a encolher o maior lago de Yukon. É possível ver o recuo da linha costeira do Lago Kluane ao longo da Autoestrada 1 do Alasca e de algumas zonas no interior do Parque e Reserva Nacional de Kluane.
PRAIA DE KAIMU, HAVAI
Cerca de 150 casas e a popular praia de areia negra de Kaimu desapareceram quando um fluxo lento de lava atingiu a vila de Kalapana, no Havai, no início da década de 1990. O vulcão Kilauea continua a entrar em erupção e já adicionou mais de 200 hectares de novas terras à ilha grande do Havai. É possível ver os trechos mais recentes através de passeios de barco de observação de lava que partem de Pahoa.
ARCO DA PAREDE, PARQUE NACIONAL DOS ARCOS, UTAH
Quando a ponte precária de arenito, que media 22 metros no topo do “Arco da Parede” no Parque Nacional dos Arcos, cedeu numa noite no início de agosto de 2008, os campistas disseram que tinham ouvido um estrondo muito ruidoso, apesar do céu limpo. O parque continua a ter muitas formações frágeis entre as suas atrações, incluindo a ponte vermelha feita de blocos de 15 metros no solitário Arco Vultee.
ILHAS SALOMÃO
Estas ilhas rasas no Pacífico têm enfrentado o impacto da subida do mar e, em 2016, cinco das Ilhas Salomão foram engolidas pelas águas. A ilha vizinha de Nuatambu pode ser a próxima – os seus habitantes foram deslocados conforme a ilha sucumbe lentamente, e a ilha já perdeu mais de metade das suas terras habitáveis.
PLATAFORMA DE GELO LARSEN C, ANTÁRTIDA
Embora poucos humanos tenham visto com os seus próprios olhos os penhascos gelados da plataforma de gelo Larsen C da Antártida, os satélites observaram quando uma secção do tamanho de Delaware flutuou livremente para o Oceano Antártico. O parto de icebergues não é uma novidade, mas estas mudanças assim tão drásticas são certamente raras.
PEDRA ELEFANTE, CANADÁ
Na primavera passada, cerca de 200 toneladas de rochas caíram da Formação Flowerpot, ou “Pedra Elefante”, de New Brunswick, transformando a estrutura numa pilha de escombros. Este local panorâmico no Parque Hopewell Rocks era uma das paragens mais populares para os viajantes que apreciam as águas incrivelmente amplas da Baía de Fundy.
TÚNEL DA SEQUOIA, CALIFÓRNIA
Em Pioneer Cabin, a “árvore do túnel”, com mil anos de idade, era uma das várias árvores altas da Califórnia recortadas no final do século XIX para inspirar o turismo natural. Esta era uma das últimas sequoias gigantes com um arco de passagem no seu tronco quando caiu em janeiro de 2017. Três enormes sequoias gigantes da Califórnia continuam a oferecer esta experiência – pode encontrá-las perto da cidade de Eureka.
VELHO DA MONTANHA, NEW HAMPSHIRE
O perfil misterioso no Parque Estadual de Franconia Notch em New Hampshire já não se parece com um “Velho da Montanha”, embora um monumento com estruturas de aço tenha ajudado a recriar a ilusão do seu rosto (com um pouco de imaginação).
PARQUE NACIONAL MARINHO DOS DOZE APÓSTOLOS, AUSTRÁLIA
Há menos apóstolos no Parque Nacional Marinho dos Doze Apóstolos da Austrália. Em 2005, uma das maiores e mais complexas arribas transformou-se em pó à frente de uma família que assistia incrédula. Estes penhascos, que já de si estão muito desgastados, são fustigados por uma forte rebentação, pelo que os sete apóstolos que restam podem não durar muito tempo.
RESERVATÓRIOS DE SYLVIA FLATS, NOVA ZELÂNDIA
As paredes rochosas dos reservatórios de Sylvia Flats, fontes termais naturais ao longo do rio Lewis, foram destruídas num deslizamento de terras. Felizmente, outras piscinas termais, como a Maruia Hot Springs no Parque Nacional Lewis, alguns quilómetros mais a norte, ainda oferecem banhos quentes.
DEDO DE DEUS, ESPANHA
Em 2005, o primeiro ciclone a atingir as Ilhas Canárias de Espanha em 150 anos derrubou o Dedo de Deus, uma arriba em forma de agulha a apontar para cima numa mão rochosa.
CARVALHO DE BASKING RIDGE, NOVA JERSEY
Um dos carvalhos mais antigos da América do Norte morreu num cemitério em Basking Ridge, Nova Jersey, em 2017. Esta enorme árvore supostamente serviu de sombra para um piquenique de George Washington e já tinha cerca de 80 anos quando Colombo chegou às Américas.
ÁRVORE TÉNÉRÉ, NÍGER
A única acácia a sobreviver no deserto do Saara, a cerca de 400 quilómetros da sua vizinha mais próxima, a Árvore Ténéré tornou-se num marco local na década de 1930, antes de supostamente ser derrubada por um condutor embriagado. Uma escultura de metal (na imagem) está agora no seu lugar. Outra árvore do deserto com importância suficiente para aparecer nos mapas era a Baobab de Chapman, uma “árvore correio” no Botsuana que tinha inscrições gravadas pelos primeiros europeus a chegar ao continente, como David Livingstone. Infelizmente, essa árvore caiu em 2016.
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