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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Quando enfermeiros fingem vacinar e não vacinam


No Brasil, a moda agora é funcionários espetarem a agulha 

em pacientes prioritários mas guardarem o 

líquido na seringa para aplicar em familiares e amigos. 

Em Goiânia, filmaram um exemplo.


A Jupi, Pernambuco, chegaram apenas 60 doses - e eram necessárias 600. 

Mesmo assim, a prefeita fez-se fotografar a tomar a primeira de todas. 

O segundo de todos a toma-la foi o fotógrafo da prefeitura que havia feito o registo 

inicial.

Em Serra do Navio, no Amapá, o secretário de saúde é um negacionista, daqueles que 

jamais tomaria a vacina "com medo de virar jacaré", como disse o 

presidente Jair Bolsonaro. No entanto, chegadas as primeiras doses à sua 

cidade, driblou idosos e foi o primeiro a imunizar-se.

Mas fura-filas há em todo o lado, não apenas no Brasil


SOM ÁUDIO



Essa desconfiança ganhou forma de denúncia em Goiânia, capital 

do Goiás, quando a filha de uma paciente decidiu gravar em vídeo o momento tão 

esperado da vacinação da mãe. 

Vê-se nitidamente a agulha a ser espetada, a enfermeira a pedir 

à idosa para desviar o olhar, e o líquido, todo, dentro da seringa.

VÍDEO

Luciana Maria Jordão, de 57 anos, diz ter questionado a enfermeira na hora, que desconversou. Depois, reconheceu o erro, pediu desculpas e injetou novamente a seringa em Floramy de Oliveira Jordão, de 88, sob o olhar desta vez ainda mais atento da filha.

A funcionária foi afastada e, num efeito dominó, outros acabaram demitidos Brasil afora pela mesma razão.

O objetivo, claro, era guardar o líquido e aplicar em familiares fora da lista de prioridades...

O correspondente da TSF em São Paulo, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras a crónica Acontece no Brasil.

https://www.tsf.pt/


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