No Brasil, a moda agora é funcionários espetarem a agulha
em pacientes prioritários mas guardarem o
líquido na seringa para aplicar em familiares e amigos.
Em Goiânia, filmaram um exemplo.
A Jupi, Pernambuco, chegaram apenas 60 doses - e eram necessárias 600.
Mesmo assim, a prefeita fez-se fotografar a tomar a primeira de todas.
O segundo de todos a toma-la foi o fotógrafo da prefeitura que havia feito o registo
inicial.
Em Serra do Navio, no Amapá, o secretário de saúde é um negacionista, daqueles que
jamais tomaria a vacina "com medo de virar jacaré", como disse o
presidente Jair Bolsonaro. No entanto, chegadas as primeiras doses à sua
cidade, driblou idosos e foi o primeiro a imunizar-se.
Mas fura-filas há em todo o lado, não apenas no Brasil
SOM ÁUDIO
Uma moda com mais probabilidades de ser Made in Brazil é a dos enfermeiros que fingem vacinar. Sucediam-se, Brasil afora, queixas de familiares de pacientes que desconfiavam que os enfermeiros espetavam a agulha mas não depositavam o líquido.
Essa desconfiança ganhou forma de denúncia em Goiânia, capital
do Goiás, quando a filha de uma paciente decidiu gravar em vídeo o momento tão
esperado da vacinação da mãe.
Vê-se nitidamente a agulha a ser espetada, a enfermeira a pedir
à idosa para desviar o olhar, e o líquido, todo, dentro da seringa.
VÍDEO
Luciana Maria Jordão, de 57 anos, diz ter questionado a enfermeira na hora, que desconversou. Depois, reconheceu o erro, pediu desculpas e injetou novamente a seringa em Floramy de Oliveira Jordão, de 88, sob o olhar desta vez ainda mais atento da filha.
A funcionária foi afastada e, num efeito dominó, outros acabaram demitidos Brasil afora pela mesma razão.
O objetivo, claro, era guardar o líquido e aplicar em familiares fora da lista de prioridades...
O correspondente da TSF em São Paulo, João Almeida Moreira, assina todas as quintas-feiras a crónica Acontece no Brasil.
https://www.tsf.pt/
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