Chamam Assobiador ao maior e mais velho sobreiro do mundo. O nome deriva do som originado pelas numerosas aves canoras que pousam entre a sua ramagem, a mais de 14 metros de altura. O mais antigo e mais produtivo sobreiro existente no mundo é o Assobiador, em Águas de Moura, no Alentejo.
Plantado em 1783, este sobreiro tem mais de 14 metros de altura e 4,15 metros de perímetro do tronco. Deve o seu nome ao som originado pelas numerosas aves canoras que abriga na sua ramagem. Desde 1820, já foi descortiçado mais de vinte vezes. Em 1991, o seu descortiçamento resultou em 1200 kg de cortiça, mais do que a produção registada pela maioria dos sobreiros em toda a sua vida. Só esta extração deu origem a mais de cem mil rolhas.
Ainda que se possa contabilizar a sua contribuição directa para a indústria da cortiça – é uma árvore de excepção –, é impossível calcular quantos animais já abrigou, quantos outros alimentou com as suas bolotas, quanto contribuiu para a fertilização e irrigação dos terrenos e até para combater o aquecimento global.
Tal como o Assobiador na planície do Alentejo, milhões de outros sobreiros em toda a bacia mediterrânica suportam uma ecologia única e frágil que constitui um habitat para espécies raras ou em vias de extinção.
E não são apenas as mais de duzentas espécies de animais que encontram no montado as condições ideias de sobrevivência – por cada mil metros quadrados, podem ser encontradas 135 espécies de plantas, muitas delas medicinais, aromáticas ou usadas em culinária.
Estas florestas formam um dos ecossistemas mais ricos em biodiversidade, sendo reconhecidas pelas ONG ambientais como um dos 35 hotspots mundiais nesta matéria. Estão equiparadas a paraísos como a Amazónia, os Andes ou o Bornéu.
Perfeitamente adaptados ao clima quente e à terra árida, os montados protegem contra a erosão e a consequente desertificação e são uma barreira natural anti-incêndios, devido à fraca combustão da cortiça, que funciona como a epiderme do sobreiro.
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