A magia dos filmes do Studio Ghibli deve muito a seus personagens: a altiva Princesa Nausicaä do Vale do Vento; o lutador da Primeira Guerra Mundial que virou suíno Porco Rosso; o espirituoso Chihiro de dez anos, levado para o reino do folclore; o espírito da floresta cão-guaxinim-urso-gato conhecido apenas como Totoro. Mas, para entender como essas figuras ganham vida, devemos lembrar que elas habitam os mundos vivos da imaginação de seus criadores. |
Uma produção Ghibli se sustenta não apenas no design dos personagens e na animação, mas na arte de fundo, que exige o tipo de trabalho cuidadoso e inspirado que você pode testemunhar no vídeo que ilustra este post.
O artista na mesa é Kazuo Oga, um veterano artista creditado como diretor de arte da maioria dos projetos do Studio Ghibli.
Seu trabalho começa por volta das 9h30 da manhã, quando ele pega uma folha de papel de tamanho modesto e prepara sua superfície para receber tinta.
De um modo geral, Oga trabalha dos grandes detalhes em direção aos pequenos, chegando no meio das 2:00 horas até o estágio de adicionar flores roxas claras. São as paulónias, chamadas de kiri no Japão, onde essas árvores-da-princesa -que também aparecem no selo oficial do governo- têm um certo peso simbólico.
VÍDEO
A pintura final, "Chuva de Paulônia", surge apenas às 3h40 da tarde, após seis horas de pintura. Esta paisagem florestal evocativa atesta a verdade de uma inversão do princípio de Pareto, em que as partes do trabalho que parecem menores requerem a maior parte do trabalho para serem realizadas, e a verdade do princípio artístico aparente de Ghibli de que vale a pena enfrentar toda dor.
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