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quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Macacos aprenderam a roubar objetos de valor para trocá-los por comida de melhor qualidade


 


Talvez vocês estejam familiarizados com o círculo criminoso de macacos-caranguejeiros (Macaca fascicularis), uma verdadeira gangue, que residem ao redor do templo de Uluwatu em Bali, na Indonésia, que se tornaram famoso por roubar os turistas e reter seus bens até que recebam comida. 

Como se isso não fosse o suficientemente alucinante, um novo estudo descobriu que alguns destes macacos roubam intencionadamente artigos de maior valor para obter melhor recompensa no momento da entrega.


Macacos aprenderam a roubar objetos de valor para trocá-los por comida de melhor qualidade

estudo, que foi publicado na semana passada na revista Philosophical Transactions, realizado por pesquisadores da Universidade de Lethbridge, no Canadá, e a Universidade de Udayana, Indonésia, descobriu que os macacos realizam "processos de tomada de decisões económicas sem precedentes" quando roubavam coisas e as retém para pedir um resgate.

Os pesquisadores afirmaram que esta prática, que também já foi analisada em estudos similares com macacos cativos em laboratório, é específica da população, prevalente, intergeracional, aprendida e socialmente influenciada. Pode ser o primeiro exemplo de uma economia simbólica culturalmente mantida em animais em liberdade, dizem os pesquisadores.

No entanto, nem todos os macacos roubam ao mesmo nível. Os pesquisadores descobriram que que a idade tem um papel importante neste processo, no qual os macacos mais velhos roubam artigos que são mais valorizados pelos humanos. 

O estudo literalmente refere-se aos macacos adultos como "ladrões mais hábeis".

- "Estes indivíduos mais hábeis e seletivos pareciam tomar decisões econômicas, como demonstram as claras associações de comportamento entre a posse de objetos baseados no valor e quantidade ou qualidade das recompensas alimentícias recusadas e aceitas", escreveram os autores.

VÍDEO

Para chegar ao fundo deste assunto, os pesquisadores analisaram 333 macacos em liberdade durante 273 dias desde setembro de 2015 até agosto de 2016. 
Em dezembro de 2020 analisaram um grupo adicional de 15 macacos. 
Os dados de observação foram reunidos com gravações de vídeo dos macacos que se aproximavam a uns cinco metros de possíveis objetivos humanos. 
Estes objetivos eram os visitantes ao templo que levavam ao menos um objeto não comestível que tinha mais ou menos probabilidade de ser trocado por comida no caso de ser roubado, segundo o estudo.


Depois, os pesquisadores classificaram estes elementos roubados em grupos de baixo valor, de valor médio e de alto valor segundo a frequência com a qual os humanos queriam trocá-lo por comida com os macacos. As pessoas dificilmente objetos de baixo valor, como capinhas de celular, porta câmeras e acessórios. Já os objetos de valor médio, como bonés, gorros, sandálias e sapatos, com frequência eram trocados. Enquanto os objetos de alto valor, como óculos, dispositivos eletrônicos e carteiras, quase sempre eram trocados pelos humanos.

Segundo o estudo, os macacos tinham muitas mais probabilidades de ter sucesso no roubo de um artigo cobiçado quanto mais velhos eram. Os macacos subadultos tinham mais sucesso que os jovens, enquanto os adultos tinham mais sucesso que os outros. Mas uma coisa é roubar algo e outra é devolvê-la e ser recompensado por isso. Neste aspecto, os adultos e subadultos voltaram a se destacar.

Com a idade vem a sabedoria, ou mais especificamente, neste caso, a capacidade de diferenciar entre objetos de valor baixo, médio e alto. O estudo descobriu que os macacos jovens realmente não se importavam com que tipo de objetos conseguiam ter em suas mãos, mas que os macacos subadultos e adultos preferiam os objetos de alto ou médio valor sobre os de baixo valor.p>


VÍDEO

Finalmente, os pesquisadores decidiram dar uma olhada nos indivíduos mais hábeis e seletivos, ou os macacos subadultos e adultos. Em termos de quantidade, ambos grupos de macacos esperavam que as pessoas oferecessem melhores recompensas de comida antes de devolver o objeto quando o consideravam de alto valor. No entanto, os macacos adultos eram ainda mais exigentes em relação a qualidade e recusavam recompensas se fossem alimentos menos preferidos quando tinham um artigo de valor.

O Dr. Jean-Baptiste Leca, autor principal do estudo e professor associado de psicologia na Universidade de Lethbridge, disse que o roubo é uma expressão da inteligência cultural dos macacos.

- "Estes comportamentos são aprendidos socialmente e se mantiveram-se ao longo de gerações de macacos durante ao menos 30 anos nesta população"disse.


www.mdig.com.br


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