A ministra da Saúde admite avançar com uma requisição civil, perante o aumento de internamentos nos hospitais.
Os hospitais da região Centro e do Norte do país começam a acusar a pressão da subida de casos de covid-19, na última semana, mas é em Lisboa que a situação continua mais preocupante.
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Esta semana, espera-se um aumento ainda maior no número de internamentos.
Marta Temido quer o sistema de saúde coordenado, de modo a assegurar que não falta resposta em momento de crise, e não descarta a hipótese de avançar com a requisição civil. Isto numa altura em que os profissionais de saúde começam a acusar o cansaço.
Para o nível máximo de contingência, o Hospital Beatriz Ângelo em Loures tinha previstas 68 camas dedicadas à covid-19.
Esta segunda-feira, estavam internadas 145 pessoas com a doença e nos cuidados intensivos havia apenas duas vagas.
Nove doentes já foram transferidos, quatro para o Hospital São João, no Porto, e cinco para o Hospital das Forças Armadas.
No Centro Hospitalar de Lisboa Central, onde pertencem o São José, o Curry Cabral e D. Estefânia, há oito enfermarias quase totalmente dedicadas à covid-19.
No Amadora-Sintra, o fim de semana foi exigente e o hospital chegou a pedir o desvio de doentes não urgentes. O pedido foi recusado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes, uma vez que todos os outros hospitais da região também estavam na mesma situação.
Esta segunda-feira, havia seis vagas em enfermaria e três em cuidados intensivos.
A situação é mais estável no Porto, mas há três dias que o número de internamentos está a subir e deve aumentar ainda mais durante esta semana.
No Algarve, já houve necessidade de avançar para um hospital de campanha com 100 camas, que já está a receber doentes, até da região de Lisboa.
Covid-19. Portugal com mais de 70 mil novos casos desde o início do ano
Nos primeiros 10 dias do ano registaram-se 70.011 novos casos de covid-19, mais um terço do que em igual período de novembro (45.958), refletindo-se semanas depois no pico de 536 pessoas internadas, menos 22 do que agora.
Já a pressão no SNS, medida pelos internamentos (em enfermaria e cuidados intensivos), voltou a subir este ano, com os números a ultrapassarem a fasquia dos 3.000 internados pela primeira vez a 03 de janeiro, um valor que no domingo já ia nos 3.370 (558 dos quais em cuidados intensivos).
Por comparação, na primeira vaga de março/abril do ano passado, a pressão no SNS teve o seu máximo quando foram atingidos os 1.302 internamentos (16/04). Agora temos mais do dobro (3.370).
Nos cuidados intensivos nessa fase o número máximo atingido foi 271 (07/04), menos de metade do valor registado no domingo (558).
Por comparação, o pico de casos novos diários da primeira vaga foi atingido a 10 de abril, com 1.516 novas infeções.
Na semana passada atingiu-se um valor mais de seis vezes superior: 10.176 (08/01).
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