Henrique Raposo, Adolfo Mesquita Nunes, Ana Rita Bessa, Pedro Mexia, Miguel Esteves Cardoso e Samuel Úria são algumas das personalidades que assinaram a carta aberta publicada pelo Público esta terça-feira. "É preciso deixar bem claro que as direitas democráticas não têm terreno comum com os iliberalismos", escreveram, poucos dias depois de o Chega assinar um acordo que permite apoio parlamentar ao PSD no Governo regional dos Açores
Da política à música, passando pela literatura, foram 54 as personalidades que assinaram uma carta aberta sobre a "deriva" e a "amálgama na política europeia e americana" que têm marcado os últimos anos. "É preciso deixar bem claro que as direitas democráticas não têm terreno comum com os iliberalismos", escreveram, recusando associações desta área política com "forças da direita autoritária”.
O manifesto acontece poucos dias depois de o partido Chega assinar um acordo que permite apoio parlamentar ao PSD no Governo regional dos Açores.
Não há no texto nenhuma referência direta a este acordo, mas há uma frase que não deixa grandes dúvidas sobre o motivo que terá levado à sua publicação neste momento:
"O espaço do centro-direita e da direita portuguesa não é o do extremismo, seja esse extremismo convicto ou oportunista".
A nível europeu e mundial, esta amálgama, defendem os subscritores na carta publicada pelo Público, "faz o seu caminho entre forças da direita autoritária e partidos conservadores, liberais, moderados e reformistas". E "estas tendências exigem uma tomada de posição", escreveram, acrescentando que "a democracia liberal precisa de soluções consistentes e exequíveis, não de discursos demagógicos, incendiários, revanchistas".
Entre os 54 subscritores estão Henrique Raposo, personalidades ligadas ao CDS como Adolfo Mesquita Nunes e a deputada Ana Rita Bessa, Pedro Mexia, Miguel Esteves Cardoso e Samuel Úria. Todos defendem que "a aceitação desta amálgama ideológica por parte das direitas democráticas constitui uma afronta à sua história e o prenúncio de um colapso moral". E acrescentam: "Trump não é Lincoln, T. Roosevelt ou Reagan".
"Não contestamos a legitimidade dos novos movimentos de direita, nem ignoramos as razões de descontentamento e exasperação dos seus apoiantes. Mas não se responde à deriva com a amálgama. É preciso deixar bem claro que as direitas democráticas não têm terreno comum com os iliberalismos.
É essa clareza que defendemos", lê-se no texto.
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