tvi24.iol.pt
“Eu devia ter levado a vacina”, escreveu numa mensagem enviada à mulher, pouco tempo após ser internado no hospital devido à infeção por covid-19. Micheal Freedy, um norte-americano de 39 anos, teve medo de ser vacinado. Ele e a mulher decidiram esperar mais uns meses para perceberem melhor os efeitos da vacina contra a covid, mas o pior aconteceu.
Jessica DuPreez, de 37 anos, mulher de Micheal Freedy, explicou ao jornal The Washington Post, que ambos “decidiram esperar um ano para serem vacinados” porque queriam perceber um pouco melhor as implicações e os efeitos.
Micheal Freedy foi internado numa unidade de cuidados intensos em julho e cedo, segundo a mulher, percebeu que tinha sido um erro não ser vacinado. Algo que admitiu num SMS.
Jessica DuPreez tem, agora, a seu cargo cinco filhos, incluindo um bebé de 17 meses, e após a morte do marido já deu várias entrevistas para tentar passar a mensagem da importância de ser vacinado. De alguma forma quer evitar que outras famílias vivam uma tragédia semelhante.
“Os meus filhos ficaram sem pai devido à nossa hesitação”, afirmou na entrevista que deu à CNN. E perante a sua atual realidade assume: “preferia ter tido uma má reação à vacina que enterrar o meu marido”.
Tal como outros países, os Estados Unidos, vivem os efeitos da altamente transmissível variante Delta. Deixam-se apelos à urgência da vacinação mas não só: há lotarias e até dinheiro na mão para quem se vacinar.
Micheal Freedy e Jessica DuPreez, vivem no Nevado e, aqui, cerca de 45% da população não está vacinada. Apesar das evidências de que mesmo as pessoas vacinadas podem ser infetadas e transmitir o vírus, as vacinas são altamente eficazes na prevenção de mortes e doença grave por covid-19.
Uma sondagem recente, revelado pelo The Washington Post e a ABC News, diz que 29% dos norte-americanos preferem não ser vacinados e grande parte hesita por medo dos efeitos secundários.
Logo após o marido ser internado, Jessica DuPreez e o filho mais velho receberam a vacina. Micheal Freedy tinha dois filhos em comum com Jessica e estavam juntos há sete anos. Ela tinha três crianças de uma relação anterior. “Nós nunca duvidámos da ciência, apenas quisemos ser cautelosos. Usávamos máscara, higienizámos sem as mãos e alternávamos a ida às compras”, lembra.
Quando as coisas pareciam mais calmas levaram os miúdos até San Diego, na Califórnia, e foram até à praia uns dias. Micheal ficou doente e após uma ida ao hospital foi enviado para casa. Tinha queimadoras solares, não conseguia dormir, comer e tinha arrepios. Disseram que se trataria de uma insolação. Os sintomas não passaram e, da segunda vez, o teste para a covid-19 deu positivo.
Foi para casa e cumpriu as determinações médicas. Mas continuou a piorar e ficou com dificuldades em respirar. Da terceira vez nas urgências de um hospital, ficou internado e passado uns dias foi para os Cuidados Intensivos.
Jessica DuPreez assistiu à morte de Michel e garante. “Foi brutal. Tal como vemos na televisão (…) e nós somos espetadores (…) só podemos ficar do lado de fora da porta”.
Para conseguir recomeçar a vida sem o companheiro, criou uma página no "Go Fund Me", mas encerrou todas as páginas que ambos tinham nas redes sociais devido a mensagens de ódio que recebeu.
Sem comentários:
Enviar um comentário