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segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

VICENTE GUERREIRO - VIVER DA MENTIRA


 

Vicente Guerreiro in facebook


Estou a pensar que pelo que tenho ouvido e lido, o senhor André Ventura, leader do partido fascista "Chega", não passa de um oportunista e mentiroso que se aproveita dos incautos e dos mal intencionados, para destilar veneno e atingir os seus objectivos infestados de maledicência, para quem se predispõe a ouvi-lo. E porque o tenho ouvido variadas vezes, traz-me à lembrança, uma intervenção de Cícero tribuno do Senado Romano, que se dirigiu a Catilina, em plena reunião do senado para lhe dizer, tal André Ventura, que a todos provoca, na Assembleia da República. Eu vou dizer em latim, para ser fiel ao que disse Cícero, mas posteriormente traduzo "Quo usque tandem abutere, Catilina patientia nostra? "Até quando Catilina abusarás da nossa paciência"? Até quando André Ventura, continuas a destilar veneno fascistóide, para o povo português, achas que foram poucos os 48 anos de sacrifício?
VIVER DA MENTIRA
Diz-se que há muito mais gente do que se pensa a viver da mentira. É que, ao invés do que se julga, tudo o que é simples, ou entra mesmo pelos olhos dentro, não toca tanto as pessoas como aquilo que é enredado, difícil de entender ou está carregado de complicações e de exageros.
Por isso se conta, nos caminhos da serra do Marão, a estória dos dois irmãos mentirosos, que resolveram dar crédito e testemunho às aldrabices que iam pregando ao Povo, com evidentes lucros divididos a meias. " Ó irmão - disse o mais velho - e se nós fôssemos andando por esse "mundo de cristo" a pregar mentiras por dinheiro? Eu ia adiante e vinha, depois, o mano confirmava-as!"
Chegando o primeiro, a uma vila do alto da serra, disse, logo, no largo do pelourinho, que "tinha uma má notícia para dar àquele povo, mas precisava que lhe pagassem a deslocação e, até, o que ele já tinha gasto para, ali, estar e poder falar da tragédia que se avizinhava".
As pessoas, naturalmente, alarmaram-se e, então, algumas prometeram pagar para saber tudo. O homem recebeu o dinheiro e contou: "Há peste na aldeia mais próxima da vossa e, portanto, não deve ninguém deste lugar descer ao vale, seja a que pretexto for, pois pode vir contagiado". E, pronto, a palavra passou de boca-em-boca, provocando medo, cuidado e preocupação - assim se dominam, muitas vezes, os povos.
No dia seguinte, passou por aquela terra o irmão do boateiro e, claro, confirmou inteiramente a mentira do outro, levando, ainda, mais umas tantas moedas, por ter tirado as pessoas das suas justas dúvidas.
E, deste modo, lá foram os dois irmãos encher de receios as gentes da serra do Marão.
Só que a mentira, mesmo bem urdida, deixa sempre um rasto que, dificilmente, se apaga, quando as suas vítimas juntam todos os elementos do logro e os observam, com serenidade e com realismo. Foi por tudo isto que os dois irmãos cedo foram descobertos. É que falar da peste levanta sempre o desejo de ver a tragédia de perto, pelo menos, para saber como é que ela é.
Pois bem, foram os homens da povoação do alto da serra saber, à gente do vale, como é que os podiam ajudar na luta contra tão ruim caso. Com espanto, souberam que os dois irmãos tinham, também por ali passado e, dito que era lá em cima que havia peste. Como tinham sido ambos enganados, juntaram-se e, diz-se, que ainda andam atrás desses mentirosos, mas que, de certeza, os hão-de encontrar, um dia - já que quem vive da mentira dura pouco tempo.
Ás vezes...digo eu!!!
Post Scriptum-Já o António Aleixo dizia, esse grande poeta popular, com quadras que retratam bem, a realidade que vivemos, e que se ajusta muito bem ao texto que acima faço referência:
Entra sempre com doçura,
A mentira, para agradar;
A verdade entra mais dura,
Porque não quer enganar.
F I M
Almada, 10 de Janeiro de 2021
Vicente Quintinha Guerreiro
F I M

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