Passeio Público, em Lisboa. Litografia de Anunciação. - Revista Panorama, nº 13, Fevereiro de 1943. Arquivo do ''comjeitoearte". |
Após o Terramoto de 1755, Marquês de Pombal, ao lançar as bases para uma Lisboa moderna, ponderou que a cidade precisava de um jardim, onde os elegantes do séc. XVIII pudessem dar um agradável passeio, rodeados por alamedas de buxo, estátuas, arvoredo e o perfume agradável das flores.
O local escolhido por Pombal foi o sítio das Hortas de Cêra, situado um pouco adiante do Rossio. Em 1764, o ministro encarregou o arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos de projectar um jardim.
Planta parcial da cidade de Lisboa em que se vê o sítio do Passeio Público (na imagem, à direita), assinada por Marquês de Pombal, 1774. Arquivo Municipal de Câmara de Lisboa, AML Lisboa passou assim, a ter um Passeio Público. Cercado por muros altos, com cancela verde, árvores alinhadas, com freixos transplantados das propriedades Ratton, na Barroca de Alva, assemelhava-se a uma quinta nobre. As elegantes do tempo da rainha D. Maria I, passeavam por este jardim, símbolo da civilização burguesa de oitocentos. Mas, não seria este o Passeio Público definitivo. A partir de 1836, o Passeio de Lisboa foi remodelado. O novo projecto ficou a cargo do arquitecto Malaquias Ferreira Leal. Os muros deram lugar a um gradeamento de ferro. A cancela, foi substituída por duas portas de ferro. À entrada do Passeio foi construído um lago e uma cascata, com estátuas. |
Novo projecto para a frente principal do acrescentamento do Passeio Público. |
Passeio Público, maquete da autoria de Reis de Sousa. Foto: Estúdio Mário Novais. Data:1943. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose. - AML |
Passeio Público, cascata. Planta e alçado. Foto: Estúdio Mário Novais. Data:1943. Negativo de gelatina e prata em acetato de celulose. - AML |
Passeio Público do Rossio: pavilhão, lago e terraço da entrada norte. Foto: Bárcia, José Artur Leitão. Data: 1900-1945. |
O Passeio organizado de forma a suprimir árvores e a incluir mais estátuas e jogos de água, tornou-se mais extenso e menos conventual.
Em 1847, o jardim foi modificado, de acordo com o gosto da época: o lago com o repuxo e as estátuas foi retirado. As árvores e os buxos desenvolveram-se. No Passeio começaram a dar-se grandes festas, que ficaram célebres.
Desenho de Bonnard para um novo projecto do Passeio Público. Bonnard, Jean. 18--?-, jardineiro. Data:1848. - AML |
Atlas da carta topográfica de Lisboa: n.º 35 ( vê-se o Passeio Público à direita, na imagem). Folque, Filipe. 1800-1874, engenheiro. Data: Novembro de 1857. -. AML |
D. Fernando II, marido da rainha D. Maria II, tornou o Passeio Público num espaço mundano.
As grandes festas tiveram lugar no decorrer da década de 50, até meados de 70. As iluminações a gás (depois de 1751), os fogos de artifício deslumbrantes, as bandas de música, os concertos e as festas infantis, entusiasmavam a população.
D. Fernando II, no Passeio Público. Óleo sobre tela. Autor: Leonel Marques Pereira. Data: 1856. Palácio Nacional da Pena - MatrizNet |
Iluminação do Passeio Público, em 1851. Litografia A. S. Castro. - BNP |
Passeio Publico. Cartaz: monsieur Bargossi chamado o homem locomotiva.... Impresso em 1882. Lisboa, Lallemant Frères Typ. Dimensões: 59x21 cm. - BNP |
Aberto quase exclusivamente à aristocracia e alta burguesia, até meados dos anos 50, passou por uma relativa democratização. O tipo de divertimentos colocados à disposição dos frequentadores, tornaram-no num espaço de lazer e de convívio. A descida dos preços também foi significativa: a entrada, que era de 240 réis, na década de 50, passou a custar 100 réis, na década de 70.
Passeio Publico do Rocio. Lisboa, entre 1850 e 1869? SERRANO, F. A. Litografia da Rua Nova dos Mártires. - BNP |
O Passeio Público. Aguarela de George Vivian (1798-1873). Scenery of Portugal & Spain. Litografias aguareladas de G.Vivian. Publicado em 1839, London ; 14, Pall Mall, East : P. and D. Colnaghi and Co. - Biblioteca Nacional de Portugal, BNP |
PANORAMA TIRADO DE VALE DE PEREIRO PARA A AVENIDA DA LIBERDADE. Autor: Rocchini, Francisco, 1822-1895. Fotografia datada de 1881.- BNP |
Fontes:
http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/pt/
http://www.bnportugal.gov.pt/
Revista Panorama, nº 13, Fevereiro de 1943.
Dantas, Júlio. Lisboa dos nossos avós. 1931. Publicações Culturais da Câmara Municipal de Lisboa.
Matoso, José. História de Portugal. volume 5. Editorial Estampa.
comjeitoearte.blogspot.com
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