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terça-feira, 12 de janeiro de 2021

Com os olhos na CALÇADA PORTUGUESA



Hoje vamos divagar não com os olhos para além do horizonte, mas com eles virados para o chão, para apreciarmos a beleza e arte da calçada portuguesa.


Com cubos de pedras pretas e brancas se vai fazendo arte no chão. Pássaros, peixes, flores, ou diferentes ondulados, muitos são os motivos artísticos que adornam e embelezam as praças, parques, passeios e outras áreas públicas.


Foto: Luis Ponte


Foto: Fernando Fidalgo


Os mestres calceteiros debruçados sobre o chão, vão com o seu martelo calcetando os espaços preparados com pedras de formato irregular, geralmente de calcário e basalto, formando padrões decorativos pelo contraste entre as pedras de distintas cores. As cores mais tradicionais são o preto e o branco, embora sejam populares também o castanho e o vermelho. Em certas regiões brasileiras, porém, é possível encontrar pedras em azul e verde.




Fotos: calcadaportuguesa-roc2c.blogspot


No Brasil a sua aplicação pode ser apreciada em projectos como o do calçadão da Praia de Copacabana (uma obra de Roberto Burle Marx) ou nos espaços da antiga Avenida Central, ambos no Rio de Janeiro.




São as cartas régias de 20 de Agosto de 1498 e de 8 de Maio de 1500, assinadas pelo rei D. Manuel I, que marcam o início do calcetamento das ruas de Lisboa, mais notavelmente o da Rua Nova dos Mercadores (antes Rua Nova dos Ferros).



Foto: calcadaportuguesa-roc2c.blogspot


Nessa época, foi determinado que o material a utilizar deveria ser o granito da região do Porto, que, pelo transporte implicado, tornou a obra muito dispendiosa.





O terramoto de 1755, a consequente destruição e reconstrução da cidade lisboeta, em moldes racionais mas de custos contidos, tornou a calçada algo improvável à época.


Foto: calcadaportuguesa-roc2c.blogspot


Em 1842 foi feita em Lisboa uma calçada calcária, já muito próxima da que hoje conhecemos. O trabalho foi realizado por presidiários (chamados "grilhetas" na época), a pedido do Governador de armas do Castelo de São Jorge, o tenente-general Eusébio Pinheiro Furtado. O desenho utilizado nesse pavimento foi de um traçado simples (tipo zig-zag).




Após posteriormente concedidas verbas a Eusébio Furtado para que os seus homens pavimentassem toda a área da Praça do Rossio, uma das zonas mais conhecidas e mais centrais de Lisboa, numa extensão de 8 712 m².




A calçada portuguesa rapidamente se espalhou por todo o país e colónias, subjacente a um ideal de moda e de bom gosto, tendo-se apurado o sentido artístico, que foi aliado a um conceito de funcionalidade, originando autênticas obras-primas nas zonas pedonais.




Fotos: calcadaportuguesa-roc2c.blogspot


Em 1986, foi criada uma escola para calceteiros (a Escola de Calceteiros da Câmara Municipal de Lisboa), situada na Quinta Conde dos Arcos.





Da autoria de Sérgio Stichini, em Dezembro de 2006, foi inaugurado o monumento ao calceteiro, na Rua da Vitória (baixa Pombalina), em frente à igreja de São Nicolau.



Foto:lisbon lux magazine


Esta arte é uma herança histórica e ultrapassou fronteiras, sendo solicitados mestres calceteiros portugueses para executar e ensinar estes trabalhos no estrangeiro. A calçada portuguesa espalhou-se por todo o Mundo.



Foto: calcada St. Augustine's Square em Macau


Fontes e Fotos: Wikipedia; http://calcadaportuguesa-roc2c.blogspot.co.uk/; http://www.cm-lisboa.pt/; http://ceuco-portugal.com/; outros




"A arte vence a monotonia das coisas assim como a esperança vence a monotonia dos dias." (Gilbert Keith Chesterton)

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