A causa deste motim foi a carta de lei de 10 de Junho de 1867, que criava o imposto geral de consumo, que encontrou uma forte oposição no país. Estava então no poder o Ministério presidido por Joaquim António de Aguiar, sendo ministros Martens Ferrão, Fontes Pereira de Mello, visconde da Praia Grande de Macau, Casal Ribeiro, Barjona de Freitas e Andrade Corvo. Foram enviadas ao governo muitas representações no sentido de ser derrogada essa lei que vinha afectar gravemente a situação económica do contribuinte. As representações não foram atendidas, e a 7 de Dezembro de 1867 publicou o governo o regulamento relativo à aplicação e cobrança daquele imposto.
Ouviram-se imediatamente protestos, com especialidade no Porto, onde o corpo comercial se reuniu para protestar contra aquele tributo. Nessa reunião decidiu-se, que o comércio não fizesse manifestar os géneros que possuía, que não promovesse despachos na alfândega nem nas barreiras; que cerrasse as portas para evitar os varejos; que fosse a Lisboa uma grande deputação reclamar, perante o rei D. Luís contra o novo imposto.
Depois da reunião dirigiram-se os comerciantes à praça de D. Pedro, que estava cheia de populares.
Duma das janelas da Câmara Municipal, o Dr. Delfim Maia leu a representação dirigida ao rei, verberando em seguida a política do governo. Estes acontecimentos davam-se em 1 de Janeiro de 1868, véspera da abertura das Cortes. O rei D. Luís recebeu a comissão portuense, e respondeu que recomendaria o assunto ao seu governo, dando a entender que as reclamações populares seriam atendidas. Efectivamente, escrevendo Martens Ferrão ao rei, participando-lhe que o gabinete estudava a maneira de modificar o regulamento, o monarca respondeu que melhor seria que os ministros se ocupassem do adiamento da lei.
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