SEM PAPAS NA LÍNGUA
Os tachos, os tachões, os tachinhos, são uma tentação e há quem para os conseguir engane o povo, cada uma à sua maneira.
Os que trabalham no duro não têm escolha e ripam o coiro até ao esgotamento e toda a sua vida é uma incerteza sem garantias para a velhice se lá chegarem.
Os que lá chegam recebem as tais reformas que "malamente" dão para a lata de conserva e mesmo assim há quem lhas queira roubar.
Por tudo isto, e porque o povo a maioria vive mal e iludido, os estrategas e a engenharia capitalista incute o consumismo, o luxo supérfluo, o exibicionismo das marcas de qualidade, que têm que ser conseguidas a qualquer custo.
É aqui que se desenvolve a cegueira desenfreada de parecer e querer ser rico sem dinheiro nos bolsos, e então o pobre começa a roubar e a explorar o pobre, para imitar os meninos e meninas do papá e da mamã que têm todos os acessórios da modernidade.
Formam-se então aquelas cabecinhas, aquelas mentalidades, que não intervêm na vida social e política de maneira a mudar o que está errado e seguem de olhos fechados as vidas dos algozes que eles não podem ter mas anseiam conseguir.
O que importa é ter as algibeiras aquecidas mesmo que esse espólio tenha sido conseguido através de trafulhas, jogatinas, métodos de exploração e roubo aos mais "inocentes e incautos".
Está então formado o exército de escravos domesticados que debaixo do chicote do fascismo e do capitalismo viram-se para tirar a pele aos seus irmãos de classe.
António Garrochinho
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