A AVIAÇÃO MILITAR ISRAELITA VOLTOU A BOMBARDEAR LOCAIS NO ENCLAVE COSTEIRO PALESTINIANO, PROVOCANDO DANOS MATERIAIS. OS CORTES DE ELECTRICIDADE ESTÃO A AFECTAR AS JÁ DETERIORADAS CONDIÇÕES DE VIDA EM GAZA.
Os ataques, que se sucedem há vários dias, visaram esta madrugada pontos nas imediações da cidade de Rafah, no Sul do território, junto à passagem fronteiriça com o Egipto, e da cidade de Beit Lahia, no Norte do enclave, segundo noticiou a agência Wafa.
Estas agressões ocorrem no contexto de uma semana em que Israel encerrou a passagem de Kerem Shalom/Karam Abu Salem, a única via de entrada de mercadorias no território palestiniano, proibiu os seus habitantes de pescar e decretou a proibição de abastecimento de combustível, impedindo o funcionamento da única central de produção eléctrica, refere a mesma fonte.
As forças israelitas atacam a Faixa de Gaza com frequência. Desta vez, usaram como pretexto o lançamento para território israelita de balões e papagaios incendiários ao longo do dia para atacar «infra-estruturas subterrâneas» alegadamente pertencentes ao Hamas. Os palestinianos acusam as forças israelitas de, com estes ataques, procurarem desviar as atenções dos problemas internos do país.
Bloqueio desde 2007, cortes de electricidade até 14 horas
Na última década, as forças militares israelitas lançaram várias ofensivas sobre o enclave costeiro palestiniano, que provocaram elevado número de vítimas e arrasaram uma parte considerável das suas infra-estruturas. Além disso, a Faixa de Gaza cercada é alvo de um intenso bloqueio por parte de Israel desde 2007 – que destruiu a economia local e retirou aos habitantes meios de subsistência, mergulhando-os no desemprego, na pobreza e na dependência da assistência humanitária para conseguirem sobreviver.
Na Faixa Gaza – um território economicamente devastado e cada vez mais inabitável –, vivem dois milhões de pessoas, que enfrentam longas horas sem electricidade devido à falta de abastecimento de combustível e de peças na central.
À noite – refere a PressTV – as ruas do enclave mergulham na escuridão, porque a central de produção está a funcionar no mínimo. Nos últimos dias, os cortes de electricidade têm durado até 14 horas, tornando as condições de vida, em pleno Verão, ainda mais insuportáveis.
Além disso, a «crise de electricidade» afectou sectores vitais como os hospitais, o abastecimento de água e o tratamento de esgotos – algo que se torna ainda mais preocupante no actual contexto de pandemia.
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