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terça-feira, 8 de junho de 2021

Itália identificou rede neonazi com ligações a Portugal que queria atacar a NATO. Francesca Rizzi, a “Miss Hitler”, é uma delas


 expresso.pt




Itália identificou esta segunda-feira uma rede neonazi e está a investigar 12 dos seus membros que faziam propaganda antissemita na internet e planeavam atentar contra instalações da NATO com explosivos construídos em colaboração com grupos semelhantes ativos em Portugal.

A operação, levada a cabo pelo comando especial dos Carabineiros (polícia militarizada italiana), resultou no bloqueio de vários grupos no Facebook e na rede social russa VKontakte e de um outro na aplicação WhatsApp, nos quais eram difundidos mensagens, vídeos e imagens racistas, antissemitas e negacionistas, segundo um comunicado dos agentes.

Um total de 12 militantes neonazis de entre 26 e 62 anos foram identificados e deverão apresentar-se diariamente às autoridades como medida de coação, enquanto avança a investigação sobre as suas atividades.

Entre eles, está Francesca Rizzi, eleita "Miss Hitler" num concurso russo, que tem tatuada nas costas uma grande suástica com uma águia e foi recentemente acusada de insultar a senadora Liliana Segre, sobrevivente de Auschwitz.

Francesca Rizzi esteve em Portugal numa conferência nacionalista que se realizou em agosto de 2019 em Lisboa, organizada pela Nova Ordem Social, movimento de extrema-direita fundado por Mário Machado e suspenso no final desse ano. Rizzi, de acordo com a revista "Sábado", destacou-se na altura pela sua intervenção de retórica antissemita na conferência.

Nas redes sociais italianas, estes grupos chamavam-se "Ordem Ario Romano" e Judenfreie Liga (Liga Livre de Judeus) e era através deles que os militantes organizavam as suas ações.


Registaram-se casos de instigação à agressão de judeus e imigrantes e também "atividades de planeamento, ainda em fase embrionária", para causar danos numas instalações da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte) com engenhos explosivos artesanais. Segundo os Carabineiros, esses engenhos tinham sido feitos "com instruções retiradas da internet, em colaboração com alguns militantes de grupos estrangeiros semelhantes, ativos em Portugal.

A investigação contra estes suspeitos, iniciada em 2019, é dirigida pelo Ministério Público de Roma, após buscas efetuadas em todo o país.

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