«Nós descobrimos zonas que podem ser comparadas às florestas de sequóias que existem nos EUA», revelou esta sexta-feita Telmo Morato, investigador do Instituto Okeanos, da Universidade dos Açores, durante uma conferência de imprensa realizada na cidade da Horta, na ilha do Faial.
Os resultados da campanha oceanográfica realizada a bordo do navio holandês Pelagia durante as últimas duas semanas revelam que o mar dos Açores dispõe de florestas de corais negros, naquilo que são os «primeiros resultados preliminares».
«Ainda temos pela frente alguns meses de trabalho para processamento das amostras recolhidas durante esta campanha», explicou o investigador que disse ainda que «uma hora de vídeo no mar» corresponde, normalmente, «a um dia de trabalho em terra».
Segundo o cientista, estas primeiras análises demonstram que as zonas do mar profundo, associadas à Crista Médio Atlântica, são zonas de «grande produtividade, que albergam grandes densidades de organismos e uma biodiversidade muito grande».
«Descobrimos e encontrámos coisas que já não pensávamos encontrar nos Açores nesta altura, como os grandes jardins de corais negros, que podem viver vários milhares de anos», achado que pode ser «muito benéfico para a comunidade oceanográfica», apontou.
Recorde-se que a expedição científica denominada «Eurofleets + IMAR: Avaliação integrada da distribuição dos Ecossistemas Marinhos Vulneráveis ao longo da Dorsal Médio-Atlântica na região dos Açores», decorreu entre 18 de Maio e 2 de Junho, com o objectivo de fazer levantamentos batimétricos, captação de imagens com a missão de cartografar os fundos marinhos, identificar novas áreas que se enquadrem na definição de ecossistemas marinhos vulneráveis e determinar o seu estado ambiental.
Sem comentários:
Enviar um comentário