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segunda-feira, 29 de março de 2021

PCP rejeita “culpas” em potenciais crises e responsabiliza Governo


 www.lusa.pt 

O PCP responsabilizou hoje o Governo por qualquer cenário de potenciais crises políticas, recusando que o alerta deixado pelo Presidente da República no domingo se destine aos comunistas e a outros partidos.

“O risco de uma crise política está colocado não propriamente em função das decisões dos partidos, está colocado em função da dissonância entre a política do Governo e as necessidades do povo e do país”, afirmou, em declarações à Lusa, o líder parlamentar comunista, João Oliveira, ao comentar os alertas de risco de crise política deixados pelo Presidente da República na mensagem com que acompanhou a promulgação de reforço dos apoios sociais em tempos de pandemia.   

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “compete ao Presidente da República sublinhar a importância do entendimento em plenas pandemias da saúde, da economia e da sociedade” e sensibilizar o Governo “para o diálogo com as oposições”.

“Tornando evidente às oposições que ninguém ganharia com o afrontamento sistemático, potencialmente criador de uma crise lesiva para Portugal e, portanto, para os portugueses”, acentuou.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, promulgou no domingo três diplomas aprovados pelo parlamento de reforço de apoios no âmbito da pandemia por considerar que não existe uma violação indiscutível da Constituição e as medidas são urgentes.

Num comentário a esta parte da mensagem de Marcelo, o presidente da bancada do PCP afirmou que se o Governo “executar uma política que corresponda aos interesses das pessoas, que dê respostas às necessidades que as pessoas estão a atravessar, não haverá justificação nem base para uma crise política”.

Se o Governo “executar uma política contrária, que não dê respostas às dificuldades das pessoas e ainda por cima as agrave, então pode colocar-se uma situação de crise em cima da mesa”, disse.

Concluindo, disse, “é uma decisão que está inteiramente nas mãos do Governo e que tem que ser tomada em função das opções do Governo”.

João Oliveira deu o exemplo e fez o paralelo entre os “milhões” que o Estado pode vir a dar ao Novo Banco (ex-BES) e os “alguns milhões” que custam os diplomas dos apoios sociais.

“Então o Governo que está a admitir entregar ao Novo Banco mais umas centenas de milhões de euros e está a querer ir para o Tribunal Constitucional (TC) discutir alguns tostões a propósito de apoios sociais? Tostões quando comparados com essas centenas de milhões que podem ser entregues ao Novo Banco”, afirmou o deputado comunista, para quem “ninguém compreenderá ou aceitará que o Governo faça uma coisa dessas”.

NS (SMA) // JPS

Lusa/Fim

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