Sim, sabemos que nem todos nós estamos em teletrabalho ou caímos nas malhas do lay-off, remunerado a 100% ou a 70%. Todos os dias de manhã e à tardinha as estradas se apresentam compostas de gente que atravessa a região para trabalhar.
Mais espaçadamente do que antes, a EN125 é um corrupio de carros particulares, carrinhas com trabalhadores para as estufas ou construção civil, autocarros cheios a 2/3 de gente com máscara, camiões, carrinhas de empresas
Há um Algarve que nunca parou, não foi obrigado a parar: ouvem-se os camartelos e as betoneiras nas redondezas das obras, os “piii” dos leitores de código das caixas de supermercado nunca pararam, os trabalhadores das estufas nunca se levantaram do agachamento habitual, nas traineiras nunca deixaram de se puxar redes, os elevadores das oficinas automóveis nunca ficaram em baixo, os trabalhadores dos lixos de empurrar contentores.
Claro que mesmo neste Algarve que nunca parou em um ano de pandemia, sequer nos dois confinamentos obrigatórios, houve setores que decresceram de atividade, alguns bastante. Mas também houve setores que cresceram: as vendas online não têm mãos a medir, as laranjas têm uma procura nunca vista, esgotam nos armazéns e sobem de preço, as instalações de TV Cabo aumentaram.
Isto apesar de estarmos porventura na região do país em que o fecho de fronteiras e a falta de turistas mais se reflete negativamente no conjunto da região: o acréscimo de população residente proporcionado pelo Turismo reflete-se transversalmente em quase todos os setores de atividade, do parafuso às rent-a-car, da venda de eletrodomésticos aos mercados de peixe.
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João Prudêncio/Gonçalo Dourado
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