Expresso
O Estado português comprou centenas de ventiladores que foram transportados para Portugal, mas que ainda não chegaram aos hospitais. De acordo com o relatório do primeiro estado de emergência da segunda vaga, entregue no dia 2 de dezembro no Parlamento e consultado pela "TSF", foram distribuídos pelas unidades hospitalares do país 797 ventiladores. No entanto, no mesmo relatório, o Ministério dos Negócios Estrangeiros refere que foram realizados 15 voos de Pequim para Lisboa. Estas viagens permitiram o transporte de 1181 ventiladores para Portugal, um número superior ao dos ventiladores distribuídos.
Já uma auditoria do Tribunal de Contas feita em julho dava conta de 12 contratos adjudicados entre março e abril, num total de 1211 ventiladores. Apesar de o Ministério da Saúde ainda não ter justificado as discrepâncias entre o número de ventiladores que chegaram a Portugal e que foram distribuídos pelos hospitais, a tutela explicou à "TSF" que nem todos os contratos que surgem do relatório do Tribunal de Contas "foram executados devido a constrangimentos resultantes da forte procura por este equipamento, o que provocou escassez nos mercados".
No início de novembro, a ministra da Saúde, Marta Temido, revelou no Parlamento a existência de 253 ventiladores que não funcionavam. Agora, em resposta à "TSF", a tutela explica que continua em falta uma peça que permite o funcionamento dos ventiladores, "uma espécie de tomada/adaptador" que permite a ligação à rede de oxigénio.
"À semelhança do restante equipamento para unidades de cuidados intensivos", explica o Ministério da Saúde, "também se têm registado dificuldades na aquisição" das peças em questão. Por este motivo, os ventiladores estão a ser distribuídos "à medida que as peças vão sendo fornecidas e de acordo com as necessidades reportadas pelos hospitais e pela comissão" criada para garantir o acompanhamento nas unidades de cuidados intensivos.
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