O presidente da Câmara de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, e outros dois elementos da Autarquia foram agredidos por um empresário, que irrompeu numa reunião do Executivo municipal com uma espécie de cajado.
O agressor, de 64 anos, foi detido pela PSP pouco depois.
Tudo se passou numa reunião que decorria à porta fechada, por causa da covid-19. O empresário Jorge Dias empurrou uma funcionária, que tentou fechar a porta e impedi-lo de entrar na sala de reuniões, munido de "um pau com um gancho de ferro", apurou o JN.
Já na sala, Jorge Dias dirigiu-se ao presidente e ofendeu-o e atacou-o com o cajado, ferindo-lhe um lábio.
O vice-presidente, João Gomes, foi atingido num braço. E Manuela Marques, a funcionária empurrada, também foi transportada ao Hospital de Abrantes.
A reunião estava a ser transmitida online pela primeira vez. No momento das agressões, a emissão foi interrompida, mas ficou registada uma ameaça: "Hoje vim com um cajado, para a próxima trago uma pistola".
No hospital, Manuel Valamatos foi suturado no lábio, enquanto os outros dois feridos foram submetidos a exames de raio-X, regressando a casa horas depois. Recebeu ainda assistência hospitalar uma outra funcionária municipal, que sofreu um ataque de pânico.
A PSP deteve Jorge Dias quando este ainda se encontrava no edifício e sem que oferecesse resistência.
O detido ficou à guarda da Polícia e deve ser presente a um juiz de instrução, entre hoje e amanhã, para aplicação de medidas de coação.
A sessão de Câmara foi suspensa e será retomada em nova data.
VÍDEO
Vinte anos de conflitos com a Autarquia
Há 20 anos que Jorge Dias mantém litígios com a Câmara de Abrantes relacionados com imóveis e com a insolvência da sua empresa de construção civil. Segundo o subcomissário André Neves, da PSP de Tomar, o empresário tem também um longo historial de ameaças a eleitos da Câmara de Abrantes, desde a presidência de Nélson Carvalho (há duas presidências atrás). Já em 2019, o Tribunal Administrativo de Leiria deu razão à Câmara, num processo intentado por Jorge Dias por causa da massa insolvente da sua empresa. Dias pedia uma indemnização de seis milhões de euros e o tribunal decidiu a favor do réu.
Mas ainda estão pendentes outros processos.
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