O título é ambicioso e a tarefa colossal mas, depois do meu último post ter citado Miguel Esteves Cardoso, muitas foram as pessoas que me colocaram dúvidas sobre o que é isso, afinal, dos lambe cus e como se podem observar?
Algumas até quiseram saber se tinha contra indicações, se era saudável, ecológico e, até, sustentável lamber o cu?
Se existia um detector de lambe cus para iPhone?
E, também, porque é que o Rui Santos nunca nos explicou isso?
Na minha humilde opinião e,embora careça, ainda, de uma base científica e esteja longe de poder ser considerado relevante em termos de impacto sociológico, as manifestações individuais ou em grupo deste tipo de comportamento, ou traço de personalidade, que não escolhe género ou crença religiosa, parece ter actualidade e destaque quando se trata de compreender ou explicar as relações de poder no seio da governação pública ou privada.
Os lambe cus reproduzem-se como coelhos. Organizam-se por forma a atingirem rapidamente os seus fins: trepar, dar nas vistas e aumentar os seus proveitos.
Na minha humilde opinião e,embora careça, ainda, de uma base científica e esteja longe de poder ser considerado relevante em termos de impacto sociológico, as manifestações individuais ou em grupo deste tipo de comportamento, ou traço de personalidade, que não escolhe género ou crença religiosa, parece ter actualidade e destaque quando se trata de compreender ou explicar as relações de poder no seio da governação pública ou privada.
Os lambe cus reproduzem-se como coelhos. Organizam-se por forma a atingirem rapidamente os seus fins: trepar, dar nas vistas e aumentar os seus proveitos.
O ecosistema mais propício é a tradicional pirâmide hierárquica, embora possam também ser vistos em esquemas mais simples como o do comboiinho.
Mesmo à vista desarmada podemos identificar, pelo menos, 6 tipos de lambe cus:
TIPO 1 – O topo da pirâmide.
Mesmo à vista desarmada podemos identificar, pelo menos, 6 tipos de lambe cus:
TIPO 1 – O topo da pirâmide.
É o Cu Lambido. Aquele a quem todos querem obstinadamente lamber o cu.
E quanto mais o lambem mais ele gosta.
TIPO 2 – Os colaboradores directos do Cu Lambido, também apelidados de Vice Cus Lambidos ou Lambe Cus Principais, por demonstrarem uma capacidade quase instintiva para lamber o cu do Cu Lambido, mesmo em situações difíceis e até perigosas, mercê da sua notável capacidade contorcionista. Mas, muitos destes lambe cus têm a ambição de ser, um dia, Cu Lambido! Nunca se deve confiar neles.
TIPO 3 – Neste patamar encontram-se os Lambe Cus de Carreira, institucionalizados, que gostam que os tratem por Chefe. A sua natureza e função difere mas, todos treinam afincadamente as mais diversas técnicas, com repetidas e demoradas lambidelas de um ou vários cus, que a seu tempo lhes trarão benefícios. Rivalizam entre si e por vezes uma simples lambidela pode dar origem a um pontapé no cu. Entre eles encontram-se alguns sub-tipos:
1. O Lambe Cu Mensageiro, careca por razões aerodinâmicas, é uma espécie de correio de voz, rapidíssimo, a transmitir ordens do Cu Lambido;
2. O Lambe Cu Informático que tenta ganhar a sua confiança do CU Lambido por este não perceber nada do assunto;
3. O Lambe Cu (a recibo) Verde, uma espécie de serviçal sobre quem o Cu Lambido se diverte a exercer o seu poder tão discricionário quanto patético.
1. O Lambe Cu Mensageiro, careca por razões aerodinâmicas, é uma espécie de correio de voz, rapidíssimo, a transmitir ordens do Cu Lambido;
2. O Lambe Cu Informático que tenta ganhar a sua confiança do CU Lambido por este não perceber nada do assunto;
3. O Lambe Cu (a recibo) Verde, uma espécie de serviçal sobre quem o Cu Lambido se diverte a exercer o seu poder tão discricionário quanto patético.
TIPO 4 – É o nível inferior, dos Lambe Cus Básicos. São os que não conseguem lamber bem um cu, ou fazem-no de forma incorrecta, por falta de conhecimentos, falta de formação específica ou por pura azelhice. São os lambe botas, graxistas, ou engraxadores, já em desuso e por isso ultrapassados; são os que têm uma língua viperina e que por isso mesmo não conseguem lamber o cu sem destilar abundantes quantidades de veneno; são os que têm muita língua, os linguarudos, que dão mais desconforto do que prazer; são os fracos em línguas e os que batem com a língua nos dentes.
TIPO 5 – Os Lambe Cus Externos, assessores e consultores, são o top na arte de bem lamber o cu. Não pertencem à pirâmide mas metem de vez em quando a língua no Cu Lambido, mostrando-lhe as melhores habilidades técnicas do momento e dando-lhe imenso prazer, em troca de generosas compensações, claro está.
TIPO 6 – O último da lista mas nem por isso o menos importante, pelo contrário, é o Self Lambe Cu – como a figura ilustra.Uma espécie de Lambe Cu Externo de Luxo. Exuberantes, narcisistas, teatrais e nada discretos, são capazes de gerar amores e ódios. Todavia, gozam de especial atenção por parte do Cu Lambido, o seu mecenas, que lhes elogia a veia artistica, o empreendedorismo e o “bom gosto” a fazer apelativos embrulhos de ideias e projectos.
Resta uma dúvida: escreve-se Cu ou Cú, em bom Português?
Blog reflexões de um peixe aranha
Resta uma dúvida: escreve-se Cu ou Cú, em bom Português?
Blog reflexões de um peixe aranha
Miguel Esteves Cardoso: "Os Lambe-cus"
Os lambe-cus
"Noto com desagrado que se tem desenvolvido muito em Portugal uma modalidade desportiva que julgara ter caído em desuso depois da revolução de Abril. Situa-se na área da ginástica corporal e envolve complexos exercícios contorcionistas em que cada jogador procura, por todos os meios ao seu alcance, correr e prostrar-se de forma a lamber o cu de um jogador mais poderoso do que ele.
Este cu pode ser o cu de um superior hierárquico, de um ministro, de um agente da polícia ou de um artista. O objectivo do jogo é identificá-los, lambê-los e recolher os respectivos prémios. Os prémios podem ser em dinheiro, em promoção profissional ou em permuta. À medida que vai lambendo os cus, vai ascendendo ou descendendo na hierarquia.
Antes do 25 de Abril esta modalidade era mais rudimentar. Era praticada por amadores, muitos em idade escolar, e conhecida prosaicamente como «engraxanço».
Os chefes de repartição engraxavam os chefes de serviço, os alunos engraxavam os professores, os jornalistas engraxavam os ministros, as donas de casa engraxavam os médicos da caixa, etc. ..
Mesmo assim, eram raros os portugueses com feitio para passar graxa. Havia poucos engraxadores. Diga-se porém, em abono da verdade, que os poucos que havia engraxavam imenso. Nesse tempo, «engraxar» era uma actividade socialmente menosprezada.
O menino que engraxasse a professora tinha de enfrentar depois o escárnio da turma. O colunista que tecesse um grande elogio ao Presidente do Conselho era ostracizado pelos colegas. Ninguém gostava de um engraxador.
Hoje tudo isso mudou. O engraxanço evoluiu ao ponto de tornar-se irreconhecível. Foi-se subindo na escala de subserviência, dos sapatos até ao cu.
O engraxador foi promovido a lambe-botas e o lambe-botas a lambe-cu.
Não é preciso realçar a diferença, em termos de subordinação hierárquica e flexibilidade de movimentos, entre engraxar uns sapatos e lamber um cu.
Para fazer face à crescente popularidade do desporto, importaram-se dos Estados Unidos, campeão do mundo na modalidade, as regras e os estatutos da American Federation of Ass-licking and Brown-nosing. Os praticantes portugueses puderam assim esquecer os tempos amadores do engraxanço e aperfeiçoarem-se no desenvolvimento profissional do Culambismo.
(...) Tudo isto teria graça se os culambistas portugueses fossem tão mal tratados e sucedidos como os engraxadores de outrora. O pior é que a nossa sociedade não só aceita o culambismo como forma prática de subir na vida, como começa a exigi-lo como habilitação profissional.
O culambismo compensa. Sobreviver sem um mínimo de conhecimentos de culambismo é hoje tão difícil como vencer na vida sem saber falar inglês."
Miguel Esteves Cardoso, in "Último Volume"
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