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sexta-feira, 4 de junho de 2021

Respostas rápidas: o que motivou a saída de Portugal da lista verde do Reino Unido e quais as reações?


 jornaleconomico.sapo.pt


Há umas semanas o turismo português celebrava a decisão de o Reino Unido ter incluído Portugal na sua lista verde onde os turistas não são obrigados a fazer quarentena no regresso ao país. Agora, o sector lamenta que o executivo de Boris Johnson tenha revertido a decisão. Saiba quais as implicações em torno da mais recente medida britânica.

Quando é que Portugal foi excluído da lista verde britânica e porquê?

A 3 de junho a imprensa britânica avançou que o governo do Reino Unido tinha removido Portugal da lista de países para onde os turistas podem viajar e não estar sujeitos a quarentena no regresso

A medida entrará em vigor às 4h00 do dia 8 de junho. Em causa está o aumento da incidência e da transmissibilidade no país, e também o número de casos da variante nepalesa.

O investigador do Instituto Dr. Ricardo Jorge, João Paulo Gomes explicou que foram identificados apenas 12 casos desta nova estirpe no país, que é “uma das pequeninas variantes dentro da variante indiana que tem uma mutação. 

Uma mutação que, naturalmente, merece vigilância porque está localizada na região do vírus associada à ligação às nossas células”, afirmou, citado pela SIC Notícias.

A que restrições vão estar sujeitos os britânicos que queiram visitar Portugal?

Os turistas vão ter que cumprir uma quarentena de 10 dias à chegada e realizar dois testes PCR: um deles depois de regresso e outro ao oitavo dia.

O que diz o Governo português?

Em reação à decisão do Reino Unido o ministério dos Negócios Estrangeiros escreveu no Twitter que: “Tomamos nota da decisão britânica de retirar Portugal da lista verde de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança”. “Portugal continua a realizar o seu plano de desconfinamento, prudente e gradual, com regras claras para a segurança dos que aqui residem ou nos visitam”, completa o Governo na sua mensagem que também está escrita na versão em inglês.

O que dizem as transportadoras aéreas?

A decisão do Reino Unido abalou a confiança das empresas aéreas. 

Segundo a “Lusa”, o diretor da operadora TUI UK, Andrew Flintham lamentou que: “Este último anúncio é mais um retrocesso para o nosso setor”. 

Por sua vez, o presidente-executivo da transportadora easyJet, Johan Lundgren, considerou “chocante” a decisão de adicionar Portugal à lista amarela e “uma grande desilusão para aqueles que estão atualmente em Portugal.

Para o presidente-executivo da Virgin Atlantic, Shai Weiss, o sistema de semáforo criado pelo Governo britânico para classificar os países não transmite confiança aos consumidores e empresas.

O que dizem as associações do sector do turismo portuguesas?

Segundo a “Lusa”, o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) defende que a decisão do Governo britânico de retirar Portugal da “lista verde” é “devastadora” e “injusta”, representando um “balde de água fria”, com argumentos que “não convencem”.

A Confederação do Turismo Português avaliou a notícia como “muito preocupante e penalizadora, não só para o turismo, mas também para a economia nacional, já que estamos a falar da principal atividade exportadora do país”.

A decisão influenciou os mercados?

Sim, as ações das companhias aéreas britânicas começaram a cair logo após as alterações à “lista verde”. 

De acordo com a Lusa pelas 15:50 (hora de Lisboa) do dia 3 de maio, as ações da EasyJet desciam 6,07%, as do International Airlines Group (IAG) recuavam 5,67%, as da Ryanair perdiam 4,26% e os da TUI 3,87%.

Quais as consequências da decisão para os turistas?

Depois de terem sido anunciadas as restrições os britânicos desesperavam para sair de Portugal, aponta a imprensa estrangeira. “Desespero para deixar Portugal: Pesadelo para os turistas britânicos com voos a atingirem as 700 libras”, descreveu o Daily Mail, esta sexta-feira.

Neste “pesadelo” os voos para o Reino Unido dispararam mais de 180%. Portanto, um britânico que queira marcar um voo a partir de Faro para a próxima segunda sujeita-se a pagar 265 euros, quando antes de anunciadas as medidas pagaria 94 euros.

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