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segunda-feira, 7 de junho de 2021

MULHERES AFRICANAS - VICTORIA MXENGUE (PUBLICAÇÃO IV)


 

Victoria Mxenge (1942–1985)

Victoria Mxenge | South African History Archive
Fonte da imagem: South African History Archive. Disponível em: https://www.saha.org.za/index.htm. Acesso em: 14 de dez. de 2020.

Nascida na comunidade de Tamara, na cidade de King Williams, Província Oriental, África do Sul. Estudou na Escola Secundária de Forbes Grant e foi treinada no Hospital Vitoria para ser enfermeira (1964).

Em 1960 ela se casou com Griffiths Mxenge, um advogado e militante do African National Congress – ANC (Congresso Nacional Africano), com quem teve dois filhos e uma filha.  A família se mudou para Natal, onde trabalhou alguns anos no Hospital King Edward, e como enfermeira comunitária em Umlazi.




Em 1965 Griffiths foi condenado e ficou preso durante dois anos na Ilha de Robben, e após a libertação voltou a sofrer uma série de restrições, proibições e detenções sancionadas pelo regime do Apartheid. Enquanto isso, ela buscou obter formação jurídica e obteve licença para advogar em 1981. No mesmo ano, seu marido foi assassinado supostamente por membros do ANC, algo que Victoria refutou vigorosamente mediante processo judicial.

Na sequência, Victoria manteve a prática da advocacia, defendendo com sucesso estudantes e pessoas perseguidas pelo regime. Participou do comitê pela libertação de Nelson Mandela e passou a integrar a NOW (Organização Nacional das Mulheres).  Ela fez parte da equipe de defesa no inquérito que examinava as circunstâncias da morte de Mathew Goniwe, Fort Calata, Sparrow Mkhonto e Sicelo Mhlauli, assassinados por policiais em 1985, quando se referiu ao assassinato como um “ato de covardia”.




Pouco depois ela foi assassinada a tiros por quatro homens negros quando retornava de uma reunião política, integrantes de um “esquadrão da morte” a serviço do governo.  Sua morte desencadeou amplas manifestações e protestos em Durban, teve ampla repercussão nacional e internacional. Os confrontos nas ruas produziram a morte de nove pessoas e 138 pessoas feridas.



O esclarecimento do caso ocorreu em 1997, no Relatório da comissão da Verdade e Reconcialiação, quando Marvin Sefako (também conhecido por Bongi Raymond Malinga), admitiu ter sido recrutado pelo departamento de segurança, e que, a serviço do Brigadeiro Peter Swanepoel, confessou ter matado Victoria Mxenge.

Em 2006, o casal Mxenge foi condecorado postumamente com a Ordem de Luthuli em Prata, pela sua contribuição e seu sacrifício em nome dos direitos humanos. Em 2017 estátuas foram edificadas em homenagem a ela e ao marido na cidade de Durban.




BIBLIOGRAFIA

MCGEE, Holly. “Victoria Mxenge”. In: AKYEAMPONG, Emmanuel K.; GATES JR., Henry Louis (dir). Dictionary of African Biography. Oxford University Press, 2012, v. 4, p. 376-377.

NEWTON, C. Victoria Mxenge: a story about more than women building their community. Urban Forum , v. 23, p.197–207, 2012: https://doi.org/10.1007/s12132-012-9150-4


www.ufrgs.br

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