Existem árvores que, pelas suas características únicas, sobressaem na paisagem. Algumas são anteriores à própria criação do país. São um património ecológico e cultural riquíssimo, que se encontra protegido pelo estatuto de ‘Interesse Público’. Só no Algarve existem 20 destas árvores, que cada vez atraem mais turistas à região.
Ricardo Tello
“Uma árvore não faz uma floresta” é um velho ditado chinês, mas há árvores que se destacam das outras pelo seu porte, antiguidade, raridade ou interesse paisagístico.
Estas árvores, que se encontram normalmente isoladas e localizadas em jardins públicos ou em diversos locais emblemáticos, tais como igrejas, ermidas, fontes, etc., constituem um verdadeiro património vivo, tendo algumas delas ligação directa com a nossa história e cultura. Não raras vezes se encontram associadas a rituais religiosos ou mesmo pagãos, festas e romarias.
Para as proteger, a Autoridade Florestal Nacional atribui-lhes a classificação de ‘Interesse Público’, publicando um aviso em Diário da República. Este estatuto, que foi criado em 1938, confere às árvores distinguidas uma protecção similar à do património construído classificado, impedindo o seu corte ou poda sem autorização prévia.
Em Portugal continental existem cerca de 400 árvores classificadas de Interesse Público, 20 das quais localizadas no Algarve. De entre estas destacam-se uma araucária de Monchique, que mede 41 metros de altura e está entre as árvores mais altas do país, bem como diversos sobreiros, pinheiros-mansos e alfarrobeiras centenários. Mas o verdadeiro ‘ex-libris’ da região é a oliveira situada dentro do aldeamento turístico de ‘Pedras D´El Rey’, em Tavira, que tem a bela idade de 2.210 anos, sendo considerada a árvore mais antiga do país. São precisos 5 homens para abraçar o seu tronco.
A primeira árvore a ser protegida em Portugal, logo em 1939, foi uma aurocária localizada no jardim Infante D. Pedro, em Aveiro, que mede 26 metros de altura e ainda está viva.
Já a árvore classificada em 2011, é também algarvia – trata-se de um sobreiro existente na localidade de Pedragosa, freguesia de Barão de S. João, concelho de Lagos, que atinge quase 10 metros de altura, ultrapassa os 20 metros de diâmetro de copa e tem um perímetro de tronco de 3,5 metros.
Este património único começa a despertar a atenção de muita gente. Porque não criar um roteiro turístico que envolva as árvores monumentais algarvias, adicionando um programa diferente à oferta turística da região?
Se sabe de alguma árvore, ou algum conjunto de árvores, que julgue ser de especial interesse preservar, contacte a Autoridade Florestal Nacional indicando a localização e, se possível, enviando uma fotografia. Pode, alternativamente, contactar a Associação ‘Árvores de Portugal’. Só podemos proteger aquilo que conhecemos.
algarvevivo.pt
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