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Ostras do Estuário do Sado - Direitos de autor AFP
Podem não ser um produto com muita tradição em Portugal, mas pelo mundo fora há quem não dispense as ostras no menu do Natal ou do Ano Novo. No Estuário do Sado, perto de Setúbal, a ostricultura não conhece a crise e está até a crescer, graças a um interesse renovado por esta iguaria. Na quinta de Pedro Ferreira, quase toda a produção vai para fora - França, de onde vêm as sementes desenvolvidas aqui, é o destino para onde voltam as ostras já crescidas. Daí seguem, em grande parte, para mercados como a China, a Rússia e o Médio Oriente.
Perseverança de década e meia
As ostras do Sado, que tiveram o seu apogeu no final dos anos 60, quase desapareceram durante décadas. Ao fim de 14 anos neste negócio, Célia Rodrigues conseguiu ganhar a aposta de trazer esta cultura de volta à região. Apesar de a exportação ser o destino principal, Célia faz questão em vender também aos portugueses, em locais como o mercado de produtos biológicos de S. Paulo em Lisboa. Segundo conta, se hoje França é a pátria das ostras a nível mundial, muito o deve a Portugal. Tudo por causa de uma história de há 160 anos: "Em 1860, um navio português que levava ostras e sal para Inglaterra foi obrigado a parar na Baía de Arcachon (França) devido a uma tempestade. Como a carga começava a cheirar mal, o comandante mandou que fosse deitada borda fora.
Então, as ostras sobreviventes estabeleceram-se e formaram o maior banco de ostras natural de França", explica.
Graças ao clima português, as ostras desenvolvem-se mais rapidamente que em França. Além do Estuário do Sado, também Aveiro e o Algarve são pontos fortes da ostreicultura. Célia Rodrigues quer, este ano, duplicar a produção para as 35 toneladas.
No caso da empresa de Pedro Ferreira, a escala é muito maior: A produção deste ano deve ser de 100 toneladas, mas dentro de dois anos pode subir para as 550.
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