Categoria: Actividades transformadoras
A cestaria em cana (Arundo donax L.) é no Algarve uma actividade mais característica das zonas ribeirinhas do Vale do Guadiana, onde crescem abundantes canaviais. Nesta técnica, o entrelaçar da cana permite fazer os mais variados cestos, instrumentos de trabalho essenciais nas tarefas agrícolas e para o armazenamento e transporte de produtos.
Ainda hoje existe na zona uma expressiva quantidade de cesteiros em actividade, todavia menor do que em meados do séc. XX, altura em que “toda a gente fazia cestos”.
A cestaria é em geral um trabalho masculino. O mestre revela o perfeito conhecimento dos materiais, do momento exacto em que devem ser colhidos e dos tempos para secagem. A cana dá todo o ano, mas apanha-se mais no Inverno, normalmente em Janeiro. Diz-se “Cana cortada em Janeiro dura o ano inteiro.” Depois de corta com uma faca ou podão, é limpa e logo rachada em ripas. Sentado num pequeno banco o cesteiro começa a dar forma ao cesto entrelaçando as ripas da cana. Ao longo do processo, faz uso de ferramentas muito rudimentares: lona ou pedaço de pele para cobrir a perna quando se ripa a cana, faca, canivete, tesouras, …
Os usos ligavam-se essencialmente aos trabalhos do campo, à pesca e à casa.
VÍDEOS
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História da cestaria, vergas e vime
A cestaria grossa usa espécies arbóreas autóctones tendo uma grande utilidade nas tarefas agrícolas como os cestos para as vindimas – feitos de resistente castanho.
A cestaria, cuja origem, no nosso país remonta pelo menos, à cultura castreja, continua a ser nos nossos dias, uma actividade indispensável na economia da vida rural e doméstica.
No norte de Portugal, a cestaria faz-se representar por uma infinidade de objectos, de formatos e feitios diversos, executados em junco, palha centeia, madeira e verga, segundo várias técnicas e destinados a diferentes usos, desde os trabalhos rurais ao transporte de compras.
Os cestos, destinados aos serviços rudes da lavoura, da pesca e do comércio, são feitos com madeira rachada em tiras, lavrada no banco e encastrada. Para serviços mais limpos são fabricados cestos com vergas – varas de vime e salgueiros, a que se tirou a casca – como o açafate, usado principalmente como cestinho de costura, e a cesta de cigana, muito popular entre as vendedeiras ambulantes, que nela transportam a fruta, o peixe, a hortaliça ou as quinquilharias.
A cestaria é entendida como um conjunto de objectos, ou utensílios, obtidos através de objectos trançados. Por outro lado como um conjunto de objectos ou utensílios, obtidos através de fibras de origem vegetal.
A cestaria envolve também a fabricação de esteiras assim como objectos de revestimento ou cobertura.
Tipos de cestaria
Neste sentido a cestaria compreende a técnica de fabricação de cestos ou vasilhas de dois tipos fundamentais:
- o tipo entrelaçado, que engloba os géneros cruzado,encanado, enrolado e torcido, conforme a maneira de dispor as fibras,
- e o tipo espiral, com ou sem armação de sustentação.
- Origem Indígena – na fabricação de cestos para transportar objectos ou para armazenagens de alimentos, com a comercialização, os indígenas passaram a fabricar pulseiras, colares, armadilhas de pescas e muito mais.
- Origem nómada – A cestaria teve origem nos povos nómadas na procura de soluções do armazenamento e transporte de alimentos e na antiguidade.
- Origem Persa – Alguns escudos foram feitas de cestaria utilizada na batalhão Persa dos imortais.
- Origem Ibérica – Outros dizem que a Vila de Gonçalo foi o berço da cestaria em Portugal e Espanha.
- vime ou vara de salgueiro;
- junco;
- palha;
- cana de bambú;
- cana-da-índia;
- castanheiro;
- cerejeira;
- papel; etc.
Diversos usos da arte da cestaria:
Cestos para lenha, cestas, abanadores, canastros e objectos de decoração como jarras, terrinas, tabuleiros, pratos, mobiliário, etc.
Já são poucos os artesãos que dominam esta técnica. É, sem dúvida, uma pena que se perda o saber desta arte tradicional.
asenhoradomonte.com
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