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Dezenas de contentores com lixo vindo de países estrangeiros é depositado, diariamente, junto às casas da população da Azambuja. Os moradores estão assustados e exigem o fim do aterro.
A população da Azambuja vai manifestar-se, esta segunda-feira, em frente à Câmara Municipal contra um aterro de lixo construído junto a uma zona residencial. Em declarações à TSF, Margarida Dotti, uma das promotoras do protesto, explica que diariamente são ali depositados entre 40 a 50 camiões de lixo proveniente do estrangeiro e sem qualquer controlo.
"Começámos a assistir ao crescimento de uma montanha gigante de lixo. São barcos que chegam a Portugal, vindos de Itália, do Reino Unido, da Holanda, com dezenas de contentores", conta esta moradora, que afirma que o lixo é descarregado "todas as noites" e depositado "debaixo das janelas" das habitações.
"É uma coisa inacreditável! Nós acordamos de manhã, abrimos a janela de casa, e é um cheiro a lixo. Depois, há bandos de gaivotas a chafurdar", descreve Margarida Dotti. "É um espetáculo horrível!"
De acordo com esta habitante, os moradores da zona estão assustados com a situação, que está a pôr em causa "a qualidade de vida das pessoas".
"A população está a ficar em pânico e revoltada, porque isto vai tirar-nos o ar que respiramos. Isto tem que ver com a saúde pública", defende Margarida Dotti.
"Lixo a céu aberto, ao lado das nossas casas! Isto é uma loucura! Não há direito de as autoridades permitirem uma coisa destas", contesta.
No entanto, e apesar das queixas dos habitantes, está até previsto o alargamento do aterro, com "outras duas células", ao lado da atual, que aportem "800 mil toneladas de lixo", adianta Margarida Dotti.
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A população não se conforma e exige que a Câmara Municipal da Azambuja reconsidere a obra. "O que esperamos da Câmara é que faça qualquer coisa para emendar a decisão errada que foi tomada", diz a moradora, que garante que os próprios moradores se mostram disponíveis para financiar a quantia necessária para travar o alargamento do aterro.
"Nós, os habitantes da Azambuja, estamos disponíveis para isso, pague-se o que se tiver de pagar, mas este contrato não pode seguir para a frente", exclama Margarida Dotti.
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Para marcar o descontentamento, os moradores da Azambuja manifestam-se esta manhã, pelas 10h00, em frente à Câmara Municipal - hora para a qual está marcada uma reunião camarária entre o presidente da autarquia e os vereadores.
"Está em causa um problema de saúde pública"
Em declarações à TSF, o presidente da Câmara Municipal da Azambuja, Luís de Sousa, descarta responsabilidades quanto à situação do aterro e afirma estar solidário com a população.
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"O aterro já foi autorizado há anos pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) e pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e, portanto, são eles os responsáveis, não somos nós na câmara municipal", explica o autarca, que garante estar a cumprir "todas as diligências junto das entidades competentes" para encerrar o aterro.
"Já enviei um abaixo-assinado, com 230 assinaturas, para a sra. delegada de saúde, mas, infelizmente, ainda não me respondeu", atirou Luís de Sousa, assegurando que não irá parar "enquanto não houver uma decisão" sobre o assunto.
O autarca assume que pode estar em causa um problema de saúde pública e diz compreender os motivos dos protestos dos moradores.
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"Dou razão [à população]. Eu, se estivesse aqui a morar na Azambuja e perto do aterro, faria o mesmo que estão a fazer. Acho que têm toda a legitimidade", concluiu.
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A TSF já questionou a APA e a CCDR sobre este assunto, porém, ainda não obteve resposta.
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