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terça-feira, 2 de março de 2021

Quercus exige apuramento de responsabilidades no corte ilegal de 3.000 azinheiras


 www.tsf.pt /


Pelo menos 1939 árvores foram cortadas e 1058 foram podadas de forma abusiva sem qualquer autorização numa propriedade em Monforte.

Quercus denuncia esta terça-feira o corte ilegal e a poda abusiva de cerca de três mil azinheiras na Quinta de São Sebastião, uma propriedade privada em Monforte, Portalegre.

A operação foi feita sem licença, obrigatória, pelo que a associação ambientalista exige o apuramento de responsabilidades, lembrando que fica proibida a alteração do uso do solo durante 25 anos para estabelecimento de quaisquer novas atividades, sejam agrícolas, industriais ou turísticas.

Em declarações à TSFJosé Janela, do Núcleo Regional de Portalegre da Quercus, afirma que não são conhecidos os responsáveis pela corte das árvores na propriedade de 42 hectares.

O caso pode estar relacionado com abusos em podas de azinheiras quando o trabalho é efetuado à troca da lenha, aponta o responsável da Quercus, sendo que estas situações frequentemente provocam corte de troncos de grandes dimensões a favor do prestador de serviços interessado no negócio de lenha.

A Quercus solicitou ao Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA) da GNR, para fiscalizar com regularidade no sentido de impedir a continuação do corte de azinheiras, escreve ainda a associação ambientalista num comunicado divulgado no seu site.

presidente da Câmara de Monforte Gonçalo Lagem já afirmara em declarações à agência Lusa que a operação foi efetuada sem nenhum fim específico. "Não há explicação, porque não vai lá ser feito nada", disse.

Na últim semana de fevereiro, a GNR verificou o "corte rente de 1.939 azinheiras" e as podas mal executadas de "1.058 azinheiras", indicando que todas estas árvores se encontravam "em bom estado vegetativo".

"No decorrer das diligências policiais, foi solicitada a colaboração do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) para avaliar o impacto no ecossistema e a destruição do estado vegetativo das árvores, tendo sido elaborado um auto de contraordenação por falta de autorização do corte de azinheiras adultas e de poda mal executada", pode ler-se no comunicado da Guarda.

A GNR elaborou ainda um auto de notícia por danos contra a natureza, tendo os factos sido remetidos para o Tribunal de Portalegre.

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