Retomo o tema. Disse Marcelo, na sua superficialidade verborreica: O que conta é a percepção que o Pais tem. Frase à comentador. Disse a jornalista, na sua dialéctica interpretativa: O que interessa é o sentimento que o País tem. Frase à Marcelo. O que é o mesmo. Falava-se da Festa do Avante, mas isso é um pormenor.
Andamos nisto. Um País de bitaites, de sentimentos à flor da pele, de especialistas de generalidades ou melhor, de nulidades. Um País onde o disparate se tornou elemento de valorização curricular. Onde a imobilidade grassa, e a incompetência se disfarça de precaução.
Sobre a pandemia, a vertente sanitária, fala Marques Mendes, Paulo Portas, José Gomes Ferreira. Com referências vagas e anónimas a fontes e a saberes. Com previsões, constatações, evoluções, gráficos, modelos matemáticos. Mas sempre com muita prosápia e instilação de medo. A banha de cobra vendida por quem disso é expert..
Sobre a pandemia, a vertente sanitária, devia falar (e bem) quem sabe, e não quem tem dúvidas. Devia falar quem tendo dúvidas pudesse confrontar a sua opinião com outros quiçá com essas ou outras dúvidas. Mas não. O debate televisivo está ausente. São monólogos dos ditos vendedores. Com incoerências. Com a criação de unanimidades gratuitas. Como se houvesse algo a esconder. Sinistramente.
Não sabemos hoje mais sobre o vírus COVID 19 após 6 meses de pandemia e o quê? Não sabemos mais sobre a letalidade e sobre a mortalidade e o quê? Não sabemos mais sobre vias de transmissão, fisiopatologia e o quê? Onde estão os verdadeiros especialistas em Saúde Publica, Medicina interna, Doenças infeciosas, com as suas dúvidas e certezas, não os que circulam nas redacções nos média, mas dos laboratórios e centros de investigação universitária? Que informação nos dá a Epidemiologia, a Anatomia-Patológica, a Bioestatística? Que relatórios públicos oficiais há?
Calem os Marques Mendes, os Portas, os Gomes Ferreira, os Rios, os Bastonários. Deixem, melhor, exijam que falem os que sabem. Muito, pouco, o que for. Os alarmistas, os negacionistas, os optimistas. Seremos inteligentes em descobrir verdades, não precisamos que nos impinjam.
Sendo certo que a pandemia, a sua vertente sanitária, não é tudo, havendo outras vertentes a considerar (social, económica, politica), importava de vez uma reflexão coerente sobre os limites racionais sobre o conhecimento atual.
E não me falem das reuniões técnicas no Infarmed! Marcelo e Costa promovem reuniões de especialistas (de alguns…) que certamente dirão o que eles quererão ouvir. Um círculo fechado, onde o achismo é rei (ou presidente).
Um jogo de palavras, difícil de traduzir. Confinar (bem), Desconfinar (mal), Festa do Avante (mesmo com provas dadas, MAL) Grande Prémio de Automobilismo (Bem). E assim sucessivamente. Centros de Saúde, Escolas, Lares. Praias, Transportes públicos. Vacinação, Tempo. Medos, Liberdade. Vida, Morte.
A racionalidade está suspensa. A Vida está suspensa. A Cultura está suspensa. Vegetemos, pois. O que conta é a perceção do que somos. Se nos quiserem fazer de vegetais, porque não? Dirá Marcelo.
CR
cris-sheandbobbymcgee.blogspot.com
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