Não é só em Óbidos que se bebe boa ginjinha. Em Lisboa, o adocicado licor de ginja também faz parte da história da cidade desde o século XIX.
A capital consome-o há 180 anos e os espaços que o vendem mantêm-se vivos, populares e autênticos. Eis os três mais notáveis:
1 – Ginjinha Espinheira
O espaço é pequeno mas não o imaginamos de outra forma; aqui só se bebe ao balcão enquanto se trocam duas de letra com os carismáticos funcionários. Fundada em 1840 por um galego de apelido “Espinheira”, a Ginjinha Espinheira é uma especialista centenária na arte de produzir e vender esta mistura de açúcar, ginja, aguardente e canela. Na hora de servir, há uma frase que se impõe: “com ou sem ginja?”. Na parede constam as várias distinções obtidas por esta ginjinha, com destaque para a Medalha de Ouro na Exposição Internacional do Rio de Janeiro, em 1923, e em Macau, em 1926. Serve há 180 anos e esperamos que a tradição de beber nos copos minúsculos nunca acabe.
Morada: Largo de São Domingos, 8 (Rossio)
Horário: Domingo a sábado – 09h às 22h
2 – A Ginjinha Sem Rival
As ginjinhas foram dos primeiros estabelecimentos a vender ao balcão e na Ginjinha Sem Rival a tradição continua. Fundada por volta de 1890, este espaço mantém a traça original e o licor é bebido ao balcão ou à porta, em plena Rua das Portas de Santo Antão. A Ginjinha Sem Rival mantém-se na mesma família desde a sua inauguração e a modéstia continua a fazer parte da casa – ou não estivesse patente nos rótulos da garrafa desta ginjinha a frase “Esta casa nunca concorreu a nenhuma exposição nacional nem estrangeira”. É Sem Rival e é deliciosa!
Morada: Rua das Portas de Santo Antão, 7 (Rossio)
Horário: Domingo a sábado – 08h às 00h
3 – Ginjinha Rubi
Numa placa lê-se a promessa de que a ginjinha desta casa é produzida com ginja da região de Óbidos. As paredes enchem-se de azulejos, da autoria de Leopoldo Battistini, e neles podemos ler a data de fundação do espaço: 24 de janeiro de 1931. Foi a ginjinha que apareceu por último mas sem ela não se formava o triângulo licoroso que começa nas Portas de Santo Antão e passa pelo Largo de São Domingos. O ambiente é ainda familiar e são inúmeros os clientes regulares. Nas prateleiras, perfilam-se garrafas com letras grandes e vermelhas e a palavra “Rubi”.
Morada: Rua Barros Queirós, 27 (Praça da Figueira)
Horário: Domingo a sábado – 07h às 00h
Foto de capa: @flickr.com/photos/rosino
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