Colocar as coisas no sítio. Afinal tudo se resume a oportunismo. Oportunismo e ressentimento. Princípios: Zero.
Nada de novo na natureza: as varas de javalis agem da mesma maneira, atiram-se ao que aparece, ao que está a dar. Se for milho entram pelo milheiral, se for batatas, foçam no batatal. Se for necessário fazem versos. Mas também atiram pedras. É o velho principio: onde está a erva é que se prende a cabra!
Nada de novo na natureza: as varas de javalis agem da mesma maneira, atiram-se ao que aparece, ao que está a dar. Se for milho entram pelo milheiral, se for batatas, foçam no batatal. Se for necessário fazem versos. Mas também atiram pedras. É o velho principio: onde está a erva é que se prende a cabra!
Jose Paulo Fernandes-Fafe
OPORTUNISTA
À direita e à esquerda, anda por aí tudo muito “enxofrado”, para não dizer em pânico, com o visível crescimento do partido liderado pelo “aprendiz de condottiere” nas intenções de voto. De um lado e outro, apelidam o tal “Chega” como o “partido de extrema-direita”, o “partido da direita radical”, o “partido extremista”, ou mesmo o “partido fascista”. Nada mais errado. Aquilo não é nada disso, muito menos um partido fascista, acreditem. O que aquilo é, e disso não resta qualquer dúvida, é um partido oportunista. Aquilo não defende as teses de Sorel, de Maurras, ou de Gentile, por exemplo - nada disso, duvido mesmo que a esmagadora maioria dos seus dirigentes saibam quem são e o que escreveram - tirando o tal Amorim que andou, junto com os júdices, maltezes e outros que tais, pelos grupos fascistóides de Coimbra no estertor do Estado Novo.
O que aquilo de facto defende é o que eles acham que as pessoas querem ouvir, tão simples quanto isto… Nas paragens de autocarro criticam-se os ciganos e o facto de receberem ajuda do Estado? Então esta semana, o que está a dar é “atacar a ciganada”; sente-se alguma preocupação das pessoas com as sucessivas chegadas às costas algarvias de “pateras” marroquinas? Toca mas é a fazer um chinfrim à volta disso e a agitar o papão da imigração ilegal; grupos de afro-descendentes (é assim que se deve dizer, não é?) entraram em confrontos numa praia da Linha? Vamos então mas é bater na tecla na insegurança urbana; uma mãe foi acusada de ter morto uma filha? É altura de defender a pena de morte - e a castração, já agora, não vá ser que o padrasto tenha violado a irmã mais velha, ou uma coisa do género. E assim sucessivamente, vem nos livros…
No fundo, no fundo, ainda que por causas bem mais nobres (agricultura, reformados, ex-combatentes, etc.), realce-se, foi o que a certa altura fez o PP de Paulo Portas, que nunca escondeu uma certa deriva populista que lhe rendeu a certa altura votações significativas. O que era o célebre “Paulinho das feiras”, senão exatamente a voz dos tantos e tantos que não se viam representados por ninguém no espectro político?
Voltando ao tal de “Chega” e à sua pretensa e inexistente base programática ou ideológica. Não é por acaso que aquilo entra como “faca em manteiga” em eleitorados menos esclarecidos, da direita à esquerda. Vão lá dizer, por exemplo, a um eleitor comunista em Avis, que os marroquinos vêm aí para lhe tirar o trabalho, e vão ver em quem é que o homem passa a votar. Ou então, numa área suburbana, falem a alguém que já foi assaltado uma ou duas vezes, que é preciso é “mandar os pretos para a terra deles”, que é certo e sabido que o voto já tem destino. É isso que acontece por cá, como foi isso que aconteceu com os Le Pen na cintura industrial de Paris, ou com o Vox na Andaluzia, que foi sempre “praça-forte” dos socialistas espanhóis e em tantos outros sítios. E é assim que países que durante décadas fizeram parte da “Cortina de Ferro”, hoje são governados, através do voto, diga-de de passagem e em abono da verdade, por forças conservadoras e de extrema-direita.
Eduardo Lourenço escreveu, salvo erro em 1975 ou 1976, um ensaio ironicamente intitulado “O Fascismo nunca existiu”. Apetece hoje, a propósito daquilo, parafraseá-lo e trazer para o presente esse título, ou seja, dizer que “o fascismo não existe”. É isso, não existe. O que existe, é o mais cobarde, repulsivo e condenável oportunismo político. Que se diz de direita, porque não pode e não tem espaço de dizer-se de esquerda. Que se resume a umas frases-efeito e tiradas que são bem esgalhadas, geram atenção à volta dos televisores dos cafés e excitam os imbecis do costume.
No fundo, no fundo, Ventura não passa de ser aquilo que se pode chamar de “taxista do regime”. Que anseia em vir a ser o motorista do “autocarro dos ignorantes”. Ponto final.
O que aquilo de facto defende é o que eles acham que as pessoas querem ouvir, tão simples quanto isto… Nas paragens de autocarro criticam-se os ciganos e o facto de receberem ajuda do Estado? Então esta semana, o que está a dar é “atacar a ciganada”; sente-se alguma preocupação das pessoas com as sucessivas chegadas às costas algarvias de “pateras” marroquinas? Toca mas é a fazer um chinfrim à volta disso e a agitar o papão da imigração ilegal; grupos de afro-descendentes (é assim que se deve dizer, não é?) entraram em confrontos numa praia da Linha? Vamos então mas é bater na tecla na insegurança urbana; uma mãe foi acusada de ter morto uma filha? É altura de defender a pena de morte - e a castração, já agora, não vá ser que o padrasto tenha violado a irmã mais velha, ou uma coisa do género. E assim sucessivamente, vem nos livros…
No fundo, no fundo, ainda que por causas bem mais nobres (agricultura, reformados, ex-combatentes, etc.), realce-se, foi o que a certa altura fez o PP de Paulo Portas, que nunca escondeu uma certa deriva populista que lhe rendeu a certa altura votações significativas. O que era o célebre “Paulinho das feiras”, senão exatamente a voz dos tantos e tantos que não se viam representados por ninguém no espectro político?
Voltando ao tal de “Chega” e à sua pretensa e inexistente base programática ou ideológica. Não é por acaso que aquilo entra como “faca em manteiga” em eleitorados menos esclarecidos, da direita à esquerda. Vão lá dizer, por exemplo, a um eleitor comunista em Avis, que os marroquinos vêm aí para lhe tirar o trabalho, e vão ver em quem é que o homem passa a votar. Ou então, numa área suburbana, falem a alguém que já foi assaltado uma ou duas vezes, que é preciso é “mandar os pretos para a terra deles”, que é certo e sabido que o voto já tem destino. É isso que acontece por cá, como foi isso que aconteceu com os Le Pen na cintura industrial de Paris, ou com o Vox na Andaluzia, que foi sempre “praça-forte” dos socialistas espanhóis e em tantos outros sítios. E é assim que países que durante décadas fizeram parte da “Cortina de Ferro”, hoje são governados, através do voto, diga-de de passagem e em abono da verdade, por forças conservadoras e de extrema-direita.
Eduardo Lourenço escreveu, salvo erro em 1975 ou 1976, um ensaio ironicamente intitulado “O Fascismo nunca existiu”. Apetece hoje, a propósito daquilo, parafraseá-lo e trazer para o presente esse título, ou seja, dizer que “o fascismo não existe”. É isso, não existe. O que existe, é o mais cobarde, repulsivo e condenável oportunismo político. Que se diz de direita, porque não pode e não tem espaço de dizer-se de esquerda. Que se resume a umas frases-efeito e tiradas que são bem esgalhadas, geram atenção à volta dos televisores dos cafés e excitam os imbecis do costume.
No fundo, no fundo, Ventura não passa de ser aquilo que se pode chamar de “taxista do regime”. Que anseia em vir a ser o motorista do “autocarro dos ignorantes”. Ponto final.
Mas, tanto Mussolini e Hitler se serviram do descontentamento registado naquele época para culparem comunistas e judeus de todos os males e assim desenvolverem o fascismo e o nazismo.
ResponderEliminarO nazismo e o comunismo são hoje considerados regimes totalitarios que mataram milhões.
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