Luis Esteban Kyburg é acusado de crimes contra a humanidade e alvo de um mandato de captura internacional por ter participado no assassinato de 152 pessoas. Vive confortavelmente em Berlim e as autoridades alemãs recusam extraditá-lo porque tem nacionalidade
Segundo as informações avançadas pelo tabloide alemão, as autoridades argentinas já desconfiavam que este seria o paradeiro de Kyburg. Daí que, a 25 de março de 2015, tenham enviado um pedido de extradição que foi recusado liminarmente com base na alegação de que a Alemanha não extradita os seus naturais para países terceiros.
Oficialmente era segundo comandante de uma unidade especial de nadadores da Marinha, a "Agrupacion Buzos Tacticos de Mar del Plata".
Mas Kyburg é procurado porque foi um dos militares que, durante a ditadura argentina, entre 1976 e 1983, participou nos esquadrões da morte que tinham como função eliminar opositores. É acusado de estar envolvido no assassinato de 152 pessoas. Por isso, a acusação fala em “crimes contra a humanidade”.
A ditadura militar empreendeu durante a sua vigência no poder aquilo a que a própria chamava “guerra sucia”, que fazia parte da Operação Condor, liderada pelos Estados Unidos da América e que empregava todos os meios repressivos possíveis para eliminar opositores em toda a América Latina. Na Argentina, o saldo foram 30 mil “desaparecidos”.
Um outro envolvido no terrorismo de Estado do regime militar argentino, Mario Sandoval, um ex-polícia de 66 anos, teve menos sorte do que Kyburg. Foi encontrado a viver em Paris e extraditado há cerca de um ano. Até então também vivera uma vida sem grandes sobressaltos, tendo sido até professor no Instituto de Altos Estudos de América Latina da Sorbonne Nouvelle e na Universidade de Marne-la-Vallé.
Tal como Kyburg, Sandoval também tinha cidadania francesa mas os tribunais consideram que os crimes foram praticados antes de a ter obtido e por isso extraditaram-no.
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