No começo da semana, o Expresso já tinha noticiado que no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa, se tinham verificado casos de crianças com erupções na pele, um sintoma raro da covid-19, que está a ser estudado internacionalmente
São manchas na pele, febre, pressão arterial baixa e dificuldades em respirar. Estes sintomas, compatíveis com a doença rara de Kawasaki, tem sido associados à covid-19 em crianças e jovens, um fenómeno que está a ser estudado internacionalmente. Na terça-feira o Expresso noticiou casos destes no Hospital Dona Estefânia, em Lisboa. Na quarta-feira, a Direção-geral da Saúde negou ter conhecimento. Já esta quinta-feira, Graça Freitas recuou e confirmou: “há uma situação”.
“Fomos perguntar, telefonar a todos os serviços, e há uma situação de quadro clínico pelo menos parecido com os que têm sido descritos na literatura médica”, disse esta quinta-feira a diretora-geral da saúde na habitual conferência de imprensa diária, onde no dia anterior tinha negado ter conhecimento de algum caso. “Neste momento, temos o registo de uma situação semelhante mas que carece de caracterização para ver se é igual às outras reportadas”, acrescentou ainda.
Em causa está uma síndrome que, nos últimos dias, tem sido associada à covid-19 por investigadores britânicos e italianos. Apresenta sintomas compatíveis com a doença rara de Kawasaki e tem atingido sobretudo menores de nove anos, provocando pressão arterial baixa, erupção cutânea e dificuldades em respirar.
Ao Expresso, na terça-feria, Gonçalo Cordeiro Ferreira, diretor da área de Pediatria Médica no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central e médico no Hospital Dona Estefânia, onde estão a ser tratadas as crianças com covid-19, explicava que “estas manifestações cutâneas, sobretudo nas extremidades do corpo, são causadas pela resposta imunológica muito intensa de organismos mais jovens”. “São raras e, na grande maioria, inofensivas, causadas pela ativação imunitária do organismo em resposta ao vírus. Temos de distinguir a gravidade das situações, não é preciso haver alarmismo”, acrescentava ainda, sublinhando que ainda antes de os primeiros casos terem surgido em Portugal, os médicos já estavam atentos a este fenómeno.
expresso.pt
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