Perante a escandalosa pretensão dos grande grupos privados da doença (Lusíadas/United Health, Luz/Fosun, CUF/Mello e Trofa) de que o Estado pagasse todas as despesas dos doentes covid-19 que optassem por sua 'livre' iniciativa por ir para hospitais privados (sem nem sequer serem para isso encaminhados pelo SNS) a ministra Marta Temido respondeu que
"O que ninguém entenderia certamente era que O Serviço Nacional de Saúde (SNS) de um momento para o outro fosse também responsável financeiramente por aquilo que têm sido os atendimentos dos utentes que, pela sua livre vontade, pela sua própria iniciativa , escolheram dirigir-se a um prestador privado. Sempre dissemos que a porta de entrada é o SNS24 e não faria sentido que utilizássemos agora um outro entendimento distinto".
É uma resposta polida, mas clara, face à pouca-vergonhice dos grandes grupos privados habituados a fazerem negócio chorudo à custa do dinheiro dos contribuintes.
O Estado (o SNS) tem sido sugado financeiramente na promiscuidade relacional entre público e privados que estava contemplada na Lei de Bases da Saúde aprovada no período cavaquista e mantida inalterada até julho de 2019. Foram 20 anos de destruição do SNS a favor do crescimento desmesurado dos grandes grupos privados.
Só nos últimos dias do entendimento político da 'Geringonça' foi possível (e com imensa dificuldade) que a a Assembleia da República aprovasse uma nova Lei de Bases da Saúde para salvar o SNS e pôr alguma decência no financiamento do Estado aos conglomerados da doença.
É bom lembrar que essa nova Lei que, felizmente, reconduz o SNS ao seu projeto original (público, geral, universal e tendencialmente gratuito) foi aprovada com os votos contra do PSD e do CDS.
É natural que o grupos financeiros da saúde, cujo poder e lobismo são enormes, tudo façam para impedir a concretização da nova Lei de Bases da Saúde e prosseguirem com o seu negocismo à custa do Estado e da delapidação do SNS.
Esperar-se-ia contudo que em tipo de grave crise pandémica tivesse um mínimo de decência e contivessem os seus ímpetos de vampirização do SNS.
Todos os hospitais privados deviam, ao abrigo do Estado de Emergência vigente, estar sob a tutela do SNS, sem custoa para os utentes e para o Estado... Vivem da ADSE e de sugarem recursos do SNS durante anos, está na altura de retribuir... E o Pingo Doce, se realmente quer ajudar o país, comece por pagar os impostos por cá e não na Holanda...
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