Elina Fraga, ex-bastonária dos advogados, contratou de forma irregular dois amigos para prestarem serviços à Ordem quando ocupava este cargo, avança o “Público” esta quarta-feira.
De acordo com um relatório do Tribunal de Contas divulgado na terça-feira, a antiga representante gastou quase 1,2 milhões de euros na contratação de serviços jurídicos por ajuste direto cuja prestação não é sequer passível de ser comprovada na sua totalidade.
A OA contratou Adérito Ferro Pires, patrono de Elina Fraga, e Carla Morgado fez parte da lista de Elina Fraga quando esta se candidatou à Ordem.
Adérito Pires foi um dos advogados que mais recebeu a título de honorários da OA enquanto esta foi comandada por Elina Fraga. A AFP-Adérito Ferro Pires & Associados recebeu 104.551 euros e o próprio advogado, a título individual, faturou 231.540 euros. No total, faturou cerca de 336 mil euros.
A auditoria em causa analisou as contas da Ordem dos Advogados (OA) entre 2014 e 2016, período que corresponde ao mandato de Elina Fraga e em que a instituição atingiu um passivo muito elevado.
Em 2014, a OA tinha um passivo que rondava os 4,1 milhões de euros e com receitas na ordem dos 8,6 milhões. Em 2017, apesar de ter receitas a rondar os 17 milhões de euros, atingiu um passivo de 9,1 milhões de euros.
De acordo com o jornal, se em 2014 e 2015 a OA chegou ao fim de cada ano com resultados positivos entre 1,2 e 1,3 milhões de euros, em 2016 os resultados foram negativos. A OA chegou ao fim do ano com cerca de 65 mil euros negativos.
Para a auditoria do TdC, os resultados negativos explicam-se não só com o aumento dos gastos, nomeadamente com os serviços especializados, mas também com o facto de ter também crescido a dívida dos associados que, em 2016, rondava já os 4,6 milhões de euros, quando em 2014 se ficava pelos 3,7 milhões de euros.
expresso.pt
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