A Comissão de Utentes da Via do Infante denuncia publicamente a posição que o Partido Socialista (PS) tomou na Assembleia da República, ao votar contra as propostas de alteração na especialidade ao Orçamento de Estado para 2020, que propunham a isenção de taxas de portagem na A22.
Ou seja, pela quinta vez, consecutivamente, em Orçamentos de Estado, «o PS voltou a chumbar a eliminação de portagens no Algarve, sendo acompanhado pelo CDS.
O PSD limitou-se a optar pela abstenção, pois sabia que o PS ao votar contra seria suficiente para reprovar as propostas apresentadas pelo Bloco de Esquerda (BE) e pelo Partido Comunista Português», explica a CUVI em nota enviada às redações.
O BE «foi o único partido que apresentou uma proposta individualizada para acabar com as portagens na Via do Infante, enquanto que o PCP propunha acabar com as portagens em bloco, em todas as ex-SCUTS (sem custos para os utilizadores), o que seria mais difícil a sua aprovação».
Desta forma, «o PS voltou a mostrar a sua arrogância e o desprezo para com o Algarve e as suas populações, na mesma linha do primeiro-ministro António Costa e do seu governo».
Já António Costa, «esqueceu-se completamente das promessas que fez aos algarvios em 2015, de estudar o contrato da Parceria Público-Privada (uma promessa pessoal que fez à Comissão de Utentes numa reunião conjunta em Quarteira) e eliminar as portagens no Algarve, reconhecendo que a EN125 se tinha transformado num cemitério devido ao elevado número de acidentes de viação e de vítimas nesta via».
Como se sabe, «além dos elevados prejuízos que têm provocado a nível económico, financeiro e na mobilidade, as portagens fizeram disparar a sinistralidade rodoviária na região, sobretudo na EN125, que ainda não se encontra totalmente requalificada entre Olhão e Vila Real de Santo António, sendo considerada uma das vias mais perigosas e mortíferas do país».
De acordo com números fornecidos pela Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária/ ANSR, 2019 terminou com mais de 10 mil acidentes de viação no Algarve, tendo provocado 36 vítimas mortais e 220 feridos graves.
«Uma tragédia imensa que tem destruído tantas vidas e famílias e que, no mínimo, devia fazer corar de vergonha os governantes e outros responsáveis que persistem em manter umas portagens erradas, injustas e criminosas!».
A CUVI pergunta a António Costa, porque se comporta «exatamente como o governo de Passos Coelho e do PSD/CDS. Desprezam o Algarve e impõem sacrifícios, sofrimento e dor aos utentes e populações da região».
Por outro lado, «O PSD também sai muito mal, pois, se assim fosse a sua vontade, em vez de se abster, se tivesse votado a favor das propostas, as portagens seriam mesmo abolidas no Algarve, mesmo contra a vontade do PS. Depois vêm os deputados do PSD/Algarve acusar os outros e chorar lágrimas de crocodilo dizendo que defendem o Algarve. A pouca vergonha e a hipocrisia não têm limites!»
No fundo, «PS, PSD e CDS continuam a defender uma PPP obscura e criminosa, lesiva dos dinheiros públicos e que só tem servido para encher os bolsos da concessionária privada».
Assim, «só resta ao Algarve continuar a lutar por uma região livre de portagens. A Comissão de Utentes irá procurar reativar, alargar e intensificar a luta nesse sentido nos próximos tempos».


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