AVISO

OS COMENTÁRIOS, E AS PUBLICAÇÕES DE OUTROS
NÃO REFLETEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO ADMINISTRADOR DO "COMO UM CLARIM DO CÉU"

Este blogue está aberto à participação de todos.


Não haverá censura aos textos mas carecerá
obviamente, da minha aprovação que depende
da actualidade do artigo, do tema abordado, da minha disponibilidade, e desde que não
contrarie a matriz do blogue.

Os comentários são inseridos automaticamente
com a excepção dos que o sistema considere como
SPAM, sem moderação e sem censura.

Serão excluídos os comentários que façam
a apologia do racismo, xenofobia, homofobia
ou do fascismo/nazismo.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

É impensável!


OPINIÃO | CATARINA MARQUES
Devido aos imensos problemas na escola pública, e em conversa com uma colega que tal como eu, também é mãe de crianças/jovens estudantes, chegamos à conclusão que o governo e o ministério da educação fazem mal aos nossos filhos.
E, ao pensarmos um pouco sobre isto, não é difícil chegarmos a essa conclusão: os estudantes portugueses são os que passam mais tempo na escola (principalmente no pré-escolar e no 1.º ciclo do ensino básico); as escolas portuguesas vivem no seu quotidiano o drama da falta de auxiliares (que implica diretamente no normal funcionamento da escola e na segurança e bem estar dos seus alunos); de um modo geral, as refeições escolares são de fraca qualidade; as atividades de enriquecimento curricular mais não são do que um prolongamento da permanência dos alunos em sala de aula; os espaços exteriores não estão apetrechados de equipamento lúdicos adequados e em número suficiente para as crianças brincarem; os professores estão desgastados e envelhecidos; não há entrada de professores novos na carreira docente; as turmas têm demasiados alunos (o que dificulta o processo de ensino e aprendizagem). De facto, são demasiados os problemas que o governo teima em não resolver para pudermos concluir que só podem querer mal aos nossos filhos, aos alunos das escolas públicas em Portugal.
Para além disso, o mesmo governo e a mesma política exercida há vários anos, insiste em desregular os horários dos pais, insiste em mantê-los de forma precária nos seus trabalhos, insiste na continuação de políticas de baixos salários, que afeta, de forma direta e implacável, nas relações estabelecidas entre estes e os seus filhos.
É impensável que uma mãe que necessite ter dois trabalhos para fazer face às despesas possa estar disponível para ir buscar o seu filho à escola às 15 horas.
É impensável que um pai que trabalhe por turnos e de forma continuada em horários de 12 e mais horas possa estar presente para acompanhar o crescimento do seu filho.
É impensável que uma família desempregada possa proporcionar as mesmas oportunidades aos seus filhos.
É impensável que um governo e um ministério da educação não tenham presentes estas questões quando decidem atacar a escola pública, privando-a dos seus meios e recursos.
É impensável que um governo não exerça políticas para a melhoria das condições de vida e de trabalho dos seus cidadãos.
É impensável que um governo e um ministério da educação continuem a atacar os direitos dos nossos filhos através de um severo desinvestimento na escola pública.
É impensável!
Catarina Marques
*Professora e Dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Sul (SPZS)

jornaldoalgarve.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário