Depois de o mau tempo fustigar fortemente o arquipélago dos Açores, no passado mês de Dezembro, Zeferino Espínola aproveitou as tréguas temporárias que o tempo permitiu e fez-se ao mar no dia 28, do lado Sueste da Ilha Terceira, para mais uma jornada de Pesca Submarina que se tornaria numa das mais especiais que Zeferino realizou até aos dias de hoje e que lhe ficará para sempre na memória.
Naquela segunda-feira, dia 28 de Dezembro, Zeferino reuniu o seu material necessário para mais uma jornada de Pesca Submarina, como tantas outras, e fez-se à estrada para uma entrada à barbatana na costa Sueste da ilha Terceira, onde pretendia aproveitar as tréguas que o tempo lhe iria oferecer. Nesta Jornada, Zeferino contava com a captura de peixes típicos de buraco (abróteas e safios) comuns nesta altura do ano e se a sorte o permitir uma ou outra captura de outro espécime que o fizesse ganhar o dia. Zeferino estava longe de pensar que este dia se transformaria, de um segundo para o outro, no dia que todo o amante da Pesca Submarina sonha em viver e o faz sair da cama para ir enfrentar, muitas vezes, as condições adversas do Inverno.
Depois de alguns peixes no enfião e cerca de duas horas passadas no local que bem conhece, o frio sentido começa a indicar a Zeferino que está na hora de terminar a safra do dia. No caminho para terra, Zeferino passa por uma zona de areia entre uns baixios onde de repente apercebe-se de uma silhueta, que contrasta com o fundo marinho envolvente, a dirigir-se na sua direcção proveniente de uma zona mais profunda. Quando se apercebeu que se tratava de um peixe, de dimensões incomuns para o que estava acostumado, Zeferino preparou a sua apneia o melhor que conseguiu, perante o crescente nervosismo que se ia apoderando dele, e submergiu-se até cerca de 10 a 15 metros de profundidade onde apontou à cabeça do magnifico espécime de forma a garantir a captura e… disparou.
O tiro certeiro na cabeça do tamboril deixou-o atordoado, o que permitiu a Zeferino recolhê-lo da superfície sem grande dificuldade. Com a aproximação da superfície o tamboril gigantesco inicia a sua luta vigorosa numa derradeira tentativa de escapar, mas Zeferino remata o mesmo o mais rapidamente possível, para evitar que o mesmo escape e para terminar, o mais rapidamente possível, com a agonia do peixe.
Depois de colocar o enorme peixe no enfião, Zeferino admira o animal, o seu primeiro tamboril da “carreira”, e é nessa altura que ganhou consciência que estava perante um espécime de dimensões bastante consideráveis e que seria possível esta captura vir a figurar nos registos de records dada as incomuns dimensões que estavam perante ele. Record, ou não, decerto este seria um dia para não mais esquecer.
Numa visita posterior à lota, onde o tamboril foi pesado para homologação do record, o espécime acusou na balança uns admiráveis 38,3 Kg. Perante os valores registados, Zeferino decidiu oficializar e submeter candidatura da captura a recordEuropeu e Mundial na European Spearfishing Records Association (ESRA) e na International Underwater Spearfishing Association (IUSA), respectivamente.
Caso os comités das respectivas entidades que homologam os records classifiquem este tamboril como pertencente à espécie Lophius piscatorius, será necessário que a captura de Zeferino ultrapasse o anterior record, detido pelo Norueguês Stephane Dudon com um tamboril de 36,2 Kg (será necessário ultrapassar 0,5% mais do peso do record actual), capturado no passado Setembro de 2015. Caso não exista nada em contrário, tudo indica que este será ultrapassado.
Fonte: https://www.iloveazores
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