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segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

Sites de fake news em Portugal



Nos últimos tempos, o fenómeno das “fake news” tem dominado atenções mediáticas, sendo um termo usado para tudo o que vai de notícias efetivamente falsas a notícias verdadeiras que não são convenientes.
Nesta página, não abordamos plataformas de criação de fake news. Aqui, pronunciamo-nos sobre imprensa, aquela que está registada na ERC, que é feita por jornalistas credenciados, sujeitos a deveres deontológicos e ao escrutínio do leitor.
É por esperarmos da imprensa um trabalho sério, justo, bom, que criticamos de forma sistemática os seus erros, as suas deficiências estruturais, as suas relações com o poder e as suas tendências mais visíveis.
Não falamos aqui, propositadamente, desse outro mundo das “fake news”, um mundo construído a partir de plataformas de origem desconhecida, que inventam notícias a troco de dinheiro. Este é um fenómeno distinto daquele sobre o qual nos debruçamos e é muito importante que ninguém caia na tentação de dizer que “é tudo igual”. Mas a maldade de um não apaga a gravidade do outro: e por isso continuaremos a fazer, na medida do possível, o trabalho a que nos propusemos, que é o de ler criticamente a imprensa que tem responsabilidades perante nós. Contudo, tem que ficar claro: as plataformas de fake news não são, nunca serão, a mesma coisa que a imprensa que aqui criticamos.
A vigilância destes espaços de “notícias falsas” espalhadas por essas páginas deve caber, em primeiro lugar, à imprensa, não só como forma de auto-defesa, mas como parte da sua missão de informar bem o leitor.
A origem destas páginas é desconhecida porque conhece-la requer muita investigação, dedicação e tempo. Requer jornalismo.
É por isso que queremos aqui reconhecer o trabalho meritório que alguns jornalistas e jornais têm desenvolvido nesta área. Destacamos, sobretudo, o trabalho do Ivo Neto, no JN, e, mais recentemente, do Paulo Pena, no DN.
Combater a desinformação é uma obrigação de todos. Somos nós, através das nossas partilhas, que difundimos estas páginas pelo mundo. Temos todos culpas aqui, quando partilhamos informação falsa porque não quisemos perder tempo a verificá-la.
Porque gostamos do que lemos lá. Porque dizem mal de alguém que desprezamos. Porque confirmam as nossas ideias sobre o mundo, os nossos preconceitos contra pessoas ou os nossos desejos sobre a realidade.
É uma reação muito humana, esta de estarmos predispostos a acreditar em coisas que nos dão razão, mas que é perigosa, muito perigosa.
É por isso muito importante não ficarmos quietos quando nos deparamos com notícias como as do JN e do DN sobre fábricas de fake news em Portugal, bem construídas, investigadas, que respeitam um método jornalístico credível, e que denunciam páginas concretas como fábricas de criação de informação falsa.
Nós podemos não seguir estas páginas, mas é impossível não conhecermos quem as sigam. Os nossos amigos, os nossos pais, os nossos avós, serão hoje, porventura sem o saberem, alvos de informação propositadamente falsa, inventada com o intuito único de enganar, gerar reações online, dinheiro de publicidade e, nalguns casos, dividendos políticos.
Hoje, deixamos uma lista com o nome dessas páginas que foram nomeadas como “páginas de notícias falsas” – a investigação não é nossa, mas esperamos contribuir para que tenha um impacto positivo.
É responsabilidade de todos espalhar esta lista. Saber quem são os nossos amigos que seguem estas páginas e alertá-los para os perigos de virem a consumir informação inventada.
Temos, sim, direito a uma imprensa que não nos engane. Devemos lutar por ela independentemente de todos os outros males de que padece a comunicação social.
Mas estas páginas não são imprensa, são fachadas para uma das mais perigosas atividades criminosas dos dias de hoje: desinformar, dividir, gerar ódio.
Temos de lhes saber os nomes, porque nos vão aparecer muitas vezes pela frente. E temos sobretudo que dizer a quem as segue e partilha que, ao fazerem-no, correm o risco sério de viver num mundo que não existe.
PS: Há dois Luso Jornal. Um deles, Luso Jornal 2015, é um site de notícias falsas. É esse que pretendemos visar, e não o https://lusojornal.com/.
Esta crónica foi publicada originalmente no página oficial d’Os truques da imprensa portuguesa, tendo sido aqui reproduzida com a devida autorização.

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