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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, sugeriu esta segunda-feira a António Costa que tenha “mais tento” e “mais cuidado” nas críticas apontadas aos autarcas comunistas, considerando que é “inquestionável” o trabalho da CDU ao serviço das populações.
“Há poucos dias António Costa clamava aos autarcas que trabalhassem e não reivindicassem. Pois, acho que bateu na porta errada”, sustentou o dirigente comunista, durante uma iniciativa autárquica sobre transportes e mobilidade na Área Metropolitana de Lisboa, na Estação Fluvial Sul e Sueste, em Lisboa.
Jerónimo de Sousa respondeu às críticas feitas na semana passada pelo secretário-geral do PS e também primeiro-ministro, em Setúbal.
“Quando ouço alguns dizerem que o PRR é para servir o grande capital e as ordens de Bruxelas… pergunto se é para o grande capital e para as ordens de Bruxelas que podemos ter educação de qualidade, saúde de qualidade, habitação de qualidade, melhor transporte público”, sustentou Costa, ‘apontando o dedo’ aos autarcas comunistas dos municípios daquele distrito.
António Costa acrescentou que é preciso haver “autarcas que digam ‘sim, nós estamos aqui para trabalhar, não estamos aqui só para reivindicar para que os outros trabalhem por conta de nós’”.
“Quem conhece a CDU, e eu acredito que António Costa conhece a CDU, devia ter mais tento, mais cuidado, porque se há coisa inquestionável é a obra da CDU ao serviço das populações do país”, respondeu hoje o secretário-geral do PCP.
Voltando-se para o que ainda está por fazer nos transportes públicos, Jerónimo de Sousa advogou que durante vários anos PS e PSD, “com maior ênfase” nos sociais-democratas, “aumentaram o custo dos transportes, reduziram a oferta, desinvestiram nas empresas públicas e nos transportes em geral, reduziram a capacidade técnica e financeira de todo o sistema proporcionando uma situação calamitosa”.
O resultou, continuou, são frotas “velhas e com poucas condições”, horários de transportes públicos “escassos e desadequados, número de trabalhadores claramente insuficiente e, na generalidade, com baixos salários”.
Já a “conquista” de um passe metropolitano, o membro do Comité Central comunista reivindicou-a para a intervenção da CDU junto da população, que também possibilitou poupanças de algumas centenas de euros a várias famílias.
O dirigente do PCP justificou esta evidência com os testemunhos de várias utentes de várias zonas da Área Metropolitana de Lisboa que discursaram perante a plateia de cerca de 50 pessoas na qual estava o secretário-geral.
Contudo, é preciso ir mais longe e alcançar, por exemplo, a gratuitidade dos passes para os utentes com menos de 18 anos e a fixação do preço máximo do passe metropolitano em 30 euros, “em vez dos atuais 40 euros”.
O prolongamento das atuais linhas do metro de Lisboa para chegarem a zonas da cidade e concelhos vizinhos desprovidos deste transporte público, como, por exemplo, Loures, ou “uma nova circular entre Algés, Carnaxide, Amadora, Odivelas, Loures, Sacavém e Lisboa” são flagelos a mobilidade que o secretário-geral comunista quer ver supridos.
A CDU – composta pelo Partido Comunista Português (PCP), pelo Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e pela Associação Intervenção Democrática – concorre a 305 câmaras nas eleições autárquicas de 26 de setembro. Há quatro anos perdeu nove municípios para os socialistas e contabilizou o pior resultado neste ato eleitoral.
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