O solstício de inverno deste ano traz um extra: ao anoitecer do dia 21 de dezembro, Júpiter e Saturno vão parecer mais próximos do que alguma vez estiveram nos últimos oito séculos. A última vez que se deu uma tal aproximação foi a 4 de março de 1226.
Desde o verão que os dois planetas estão a aproximar-se, até que, entre 16 e 25 de dezembro, parecerão, vistos da Terra, “dois pontinhos brilhantes, muito próximos”, como explica à VISÃO Pedro Mota Machado, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), num espetáculo “muito bonito” que atingirá o seu auge no dia 21, pouco depois do pôr do Sol. Para a maioria dos que estiverem de olhos postos no céu com os seus telescópios, os planetas e várias das suas luas vão estar visíveis no mesmo campo visual. Mas não é preciso um telescópio para assistir ao fenómeno – basta um par de binóculos (bem apoiados, sublinha o astrofísico) ou nem isso, uma vez que os dois planetas vão ser bem visíveis a olho nu.
O melhor local para assistir ao fenómeno será perto do Equador, mas desde que as condições atmosféricas o permitam será possível vê-lo a partir de qualquer local da Terra. O ideal seria uma noite fria e seca para ter a melhor visibilidade, explica Pedro Machado.
Para onde olhar e o que procurar?
O investigador simplifica: “Os planetas estão todos no mesmo plano, como se fossem azeitonas numa pizza”, o que quer dizer que “riscam” o céu todos na mesma linha – “nascem” num movimento aparente no céu de este para oeste. Estando esta conjunção marcada para o anoitecer, será preciso olhar para este e procurar dois pontos brilhantes, facilmente distinguíveis das estrelas, já que estas apresentam-se como objetos cintilantes e os planetas não. Em caso de dúvida, há apps gratuitas para smartphones, que facilitam a tarefa.
Com esta conjunção especial a cair na semana do Natal, Pedro Machado não resiste à comparação: À falta de Estrela de Belém, teremos este espetáculo a indicar o fim deste ano e a apontar para 2021…
Quem perder a oportunidade agora, só terá outra hipótese de ver estes dois gigantes tão próximos no dia 15 de março de 2080.
E se, neste caso, podem estar incluídos os mais jovens neste momento, não será garantidamente o caso na seguinte conjunção deste tipo… em 2400.
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