Os arqueólogos descobriram uma enorme coleção de arte pré-histórica que se espalha por um penhasco de quase 13 quilômetros de extensão na floresta amazônica. Agora apelidada de "Capela Sistina Antiga", dezenas de milhares de pinturas retratam humanos e animais como preguiças, cavalos e o agora extinto paleolama e mastodonte. Estas últimas criaturas não ocupam regiões da América do Sul há pelo menso quase 12.000 anos, o que forneceu à equipe de arqueologia britânico-colombiana uma linha do tempo para as origens das obras de arte. |
Embora as descobertas tenham sido descobertas no ano passado, elas foram mantidas em sigilo porque serão apresentadas como parte de um documentário do Channel 4 intitulado "Mistério da Floresta: o Reino Perdido da Amazônia" que vai ao ar ainda neste mês.
A arqueóloga Ella Al-Shamahi, que está liderando a série de televisão, disse que para alcançar o local, situado na Serrania de la Lindosa, são necessárias duas horas de carro de San José del Guaviare e mais quatro horas de caminhada a pé.
- "Quando entramos no território das FARC, ficamos um pouco receosos de avançar", disse Ella. - "A exploração não acabou. A descoberta científica não acabou, mas as grandes descobertas agora serão encontradas em lugares disputados ou hostis", observando que a Colômbia foi devastada por uma guerra civil durante décadas.
Por causa da amplitude das pinturas -algumas são tão altas no penhasco que só podem ser estudadas com drones- os pesquisadores acreditam que as descobertas levarão gerações para serem estudadas.
Até agora, porém, eles encontraram vestígios de pequenas ferramentas de osso empregadas para extrair o mineral ocre com o qual pintaram os murais, além de representações estranhas de plantas alucinógenas e de pessoas que parecem estar fazendo bungee jumping.
Não é a primeira vez que se encontram pinturas rupestres no Amazonas, mas esta descoberta é especialmente relevante porque envolve um período de centenas de anos durante o qual a civilização autora deste incrível mural documentou sua história usando pigmentos minerais. Segundo a datação realizada pelos arqueólogos, as pinturas mais antigas remontam faz 12.600 anos. As mais recentes são de 11.800 anos.
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