Os Democratas (ma non tropo) tiraram vantagem nas eleições realizadas ontem para a Câmara dos Representantes, deixando os Republicanos com uma derrota muito pouco significativa. Mas que não. Nada disso parece ser a realidade, preferindo apresentar os resultados como uma derrota estrondosa dos Republicanos, consequentemente de Trump. Certo é que só internamente veremos alguns resultados dessa dita derrota. Na política externa quase tudo ficará na mesma e Trump com as capacidades de virar o mundo ao contrário e sacudi-lo como melhor aprouver. Esta é a realidade. O resto faz parte dos habituais espetáculos made in USA com o apoio da comunicação social global, esses prestadores de serviços (os que são) de dúbio profissionalismo independente e realista. Há ainda os que fazem as cabeças do mundo, chamados analistas ou fazedores de opinião. A choldra é a mesma. Uns quantos irão mostrar-nos a “coisa” como ela é. Temos de procurá-los e estar atentos ao que na realidade acontece pelo mundo. Isto para os que não são vivenciados e a habitar os EUA – que é a maioria dos que planetariamente fazem parte deste mundo.
Preconizávamos ontem aqui que, grosso modo, para o mundo tudo continuaria na mesma após as referidas eleições. Fossem qual fossem os resultados de ‘vitória poucochinha’ dos Democratas. Estamos cá para ver que assim será. Tudo como antes das políticas de Trump no exterior, mais coisa menos coisa. E é isso que nos interessa. Claro que há a possibilidade futura de Trump não ser reeleito (daqui por dois anos) e então sim, algo poderá vir a ser diferente, para melhor para o mundo. Mas não será com a senhora Clinton que tem muito para contar com o apoio conhecido que deu aos terroristas do Daesh e afins. Aquela mulher pode vir a ser mais perigosa para o mundo que Donald Trump. O futuro o dirá e sustentará esta tese ou virá desmenti-la. A ver vamos.
De Portugal pouco há dizer. A modorra está instalada e inventam-se “coisas e casos” para ser notícia. Os jornalistas andam a serrar presunto enquanto outros nos tentam manipular com empolamentos de assuntos como Tancos e outros de variedade 'tuti fruti'. Até na TSF andam com as questões a ser quase de lana caprina, como ontem com Tancos, hoje com as crianças com cancro no hospital de São João, assistidas em contentores limítrofes ao edifício do hospital. E pergunta a TSF, hoje, no programa de Manuel Acácio, Fórum: “Concorda com a forma como o Governo está a tratar o problema do Hospital de São João?”
Até aqui a questão não está de modo a pegar-se por ponta. Mas na rádio o que se ouve é “Concorda com o facto de as crianças com cancro no Hospital de São João estarem a ser tratadas em contentores?” Quando a pergunta devia de ser efetuada sem subterfúgios - até nem intencionais mas que podemos considerar assim.
E se a questão fosse? Concorda com os hospitais tratarem e manterem em internamento em contentores os doentes? Todos, não só as crianças do São João, daqui ou dali.
O que acontece é que a saúde está num caos. Não só devido ao governo de Costa mas sim de outros anteriores, do PSD, CDS e do PS. O plano é entregar aos privados os hospitais e tudo que lhes possa dar lucro. Como, por exemplo, nos EUA. Evidentemente que Costa e o seu governo, nem a nova ministra da Saúde, vão conseguir devolver aos portugueses o sistema de saúde que possuímos há uns bons anos atrás enquanto os abutres dos interesses privados mantiverem lobies e muito boas relações com os partidos e os políticos que ao fim e ao cabo decidem dos destinos da Nação Lusa.
Evidentemente que a situação das crianças no São João merecem toda a atenção e usufruírem de instalações e tratamentos do SNS que lhes dispensem toda a dignidade e bom profissionalismo, mas não são só eles que estão a ser desprezados em instalações hospitalares e do SNS em Portugal. Fale-se disso e resolva-se. Talvez acabando com as tais “boas relações” com os privados e aplicando os milhões cobrados sistematicamente aos portugueses com todo o rigor na sustentação de um SNS digno e de alta qualidade. Merecemos.
(Expresso curto)
https://paginaglobal.blogspot.com
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