Luchino Visconti
O Leopardo
Realizador italiano, Luchino Visconti nasceu a 2 de novembro de 1906, em Milão, no seio duma família de aristocratas e morreu a 17 de março de 1976, em Roma.
Teve uma educação eclética, tendo estudado violoncelo
no Conservatório de Milão.
Após uma curta carreira militar, decidiu tornar-se cenógrafo e encenador, tendo sido o primeiro a encenar peças de Jean Cocteau em Itália.
Jean Renoir convida-o para seu assistente de realização,tendo efetuado uma sólida aprendizagem. Em 1943, decide aventurar-se como realizador, adaptando um romance de James M. Cain: Ossessione (Obsessão, 1943), o primeiro título neorrealista do cinema italiano com uma visão crítica da realidade social através da história duma relação adúltera entre uma jovem esposa de um proprietário de uma estalagem e um jovem vagabundo que planeiam o assassinato do estalajadeiro.
O filme foi mal recebido pelo público, não habituado a esta nova visão cinematográfica. Seguiu-se uma ficção rodada em jeito de documentário com uma equipa de atores amadores: La Terra Trema (1948), sobre uma comunidade piscatória do Sul de Itália.
Visconti rodeou-se duma equipa de assistentes extremamente jovem, da qual se destacam Franco Zeffirelli e Francesco Rosi que mais tarde seguiriam carreira na realização. Após o sucesso de Bellissima (Belíssima, 1951)onde Anna Magnani deu um show interpretativo como mãe dominadora que tenta empurrar a sua filha para uma carreira artística, Visconti assinou um dos títulos mais emblemáticos da sua carreira: Senso (Sentimento, 1954).Este título, protagonizado por Alida Valli e Farley Granger, é uma brilhante história de amor e de adultério entre uma condessa casada e um tenente do exército que se aproveita do seu amor para lhe extorquir dinheiro para se livrar do serviço militar.
O drama psicológico La Notti Bianche (Noites Brancas, 1957) passaria quase despercebido apesar de contar no seu elenco com nomes como Marcello Mastroianni, Jean Marais e Maria Schell. Já Rocco e iSuoi Fratelli (Rocco e os Seus Irmãos, 1960) foi premiado em diversos certames italianos e foi um relato pleno de emotividade sobre uma família rural que parte para Milão e procura a sua adaptação.
É também uma história de amor entre dois irmãos (desempenhados por Alain Delon e por Renato Salvatori) por uma prostituta (AnneGirardot). O filme mereceu a censura em diversos países europeus (inclusive Portugal), o que dificultou a sua distribuição internacional. Depois de ter colaborado no filme por segmentos Boccaccio'70 (1962), assinou a sua obra-prima: Il Gattopardo (O Leopardo, 1963), o retrato da decadência duma família aristocrática napolitana em finais do século XIX, protagonizada por Burt Lancaster, Alain Delon e Claudia Cardinale.
O êxito retumbante deste título impeliu-o a colocar em prática um projeto de cariz pessoal: a adaptação da tragédia grega Electra. Oresultado foi algo dececionante em termos comerciais: Vaghe Stelle Dell'Orsa (1965) não conseguiu convencer o público. Seguiram-se Lo Straniero (1967) e La Caduta Degli Dei (Os Malditos, 1969), uma adaptação do MacBethde Shakespeare transposto para o ambiente da Alemanha nazi de 1933.
Outra obra polémica foi Morte a Venezia(Morte em Veneza, 1972), adaptado da obra homónima de Thomas Mann sobre a obsessão dum homem de meia-idade pela beleza de um jovem rapaz. Até à morte, Visconti ainda assinou obras emblemáticas como Ludwig(1972) e L'Innocente (Os Inocentes, 1976).
Luchino Visconti. In Infopédia [Em linha]. Porto: Porto Editora, 2003-2013.
wikipedia (Imagens)
Morte em Veneza
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