Como superar 744 metros de desnível? A resposta a esta pergunta costuma ser simples: mediante uma estrada com túneis e curvas em ferradura como forma de vencer a montanha pela rota mais simples e menos empinada. No entanto, quando os engenheiros suíços toparam com este problema à hora de unir Schwyz e Stoos optaram por um caminho alternativo: o funicular. Em 1933, afinal de contas, o carro não tinha tanto relevo como nos dias atuais.
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Durante décadas, milhares de habitantes de Stoos, uma aldeia a mais de 1.500 metros de altura, utilizaram seu funicular para se deslocar pelo resto de Suíça. A princípios do século XXI, no entanto, a infra-estrutura ficou obsoleta: insuficiente para atender à crescente demanda de sua estação de esqui. As autoridades do cantão local, Schwyz, decidiram intervir. No final de 2017, Stoos se despedia de seu funicular por um moderníssimo aparelho ferroviário capaz de superar ladeiras com gradiente de inclinação de 110%.
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É um recorde mundial motivado pelas circunstâncias. A ideia de uma estrada foi descartada de antemão dado que o acesso ao veículo privado é muito restringido em Stoos. Em seu lugar, os engenheiros encarregados do projeto trabalharam com a hipótese de um teleférico capaz de ligar ambas s localidades. No entanto, a linha teria de sobrevoar um campo de tiro, com a consequente consternação dos potenciais passageiros.
De maneira que se Schwyz e Stoos queriam renovar sua infraestrutura deviam fazê-lo partindo de seu já inexistente funicular. O sistema, portanto, devia imitar a tecnologia antiga. A saber, duas cabines que sobem e baixam simultaneamente cruzando no ponto intermediário. É uma alternativa inteligente e muito utilizada em regiões montanhosas de todo tipo por seu caráter prático: ambas as cabines se apóiam no peso da outra para culminar seu caminho.
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Tomada a decisão, o projeto demorou anos para ser materializado. Tanto os detalhes da infraestrutura como sua construção sofreram diversos atrasos, em ocasiões motivados pela falta de financiamento para um funicular tão caro -ao redor de 210 milhões de reais-. Afinal de contas Stoos queria construir um comboio capaz de remontar de forma quase vertical, com a última tecnologia e com capacidade para transportar milhares de pessoas a cada hora. Era um desafio ambicioso.
Década e meia após sua aprovação, o funicular está funcionando a pleno rendimento. Graças a um sistema de cabines giratórias criada pela ABB Motors. A maior parte dos funiculares incorporam cabines fixas e o de Stoos, se vale de "barris" que se fixam a uma posição em função da inclinação, de tal modo que os assentos sempre mantenham a horizontalidade. De outro modo, a experiência seria um tanto incômoda.
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Seu exemplo é interessante porque na época de sua inauguração circularam muitos vídeos da cabine do trenzinho atribuindo as impressionantes inclinações do funicular de Stoos. Em geral, as ferrovias suíças estão entre as mais interessantes de todo o continente europeu dada a acidentada geografia.
A Suíça conta com um monte de metas relacionadas com a infraestrutura. Junto ao funicular mais inclinado do planeta também podemos somar a passagem subterrânea mais longa e profunda do planeta, o de São Gotardo, e também a ferrovia de cremalheira mais inclinada, de Pilatusbahn.
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