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sexta-feira, 12 de junho de 2020

Arlindo de Carvalho tenta "acordo confidencial" para evitar seis anos de prisão no caso BPN

observador.pt 

Arlindo de Carvalho tenta "acordo confidencial" para evitar seis anos de prisão no caso BPN



O antigo ministro da Saúde de Cavaco Silva, Arlindo de Carvalho, condenado a 6 anos de prisão por burla e fraude fiscal no caso BPN, entregou ao Estado bens e valores para tentar evitar a pena a que foi condenado em 2018.
A notícia avançada na edição do Correio da Manhã desta sexta-feira adianta que foram entregues valores e bens num montante de quase 22 milhões de euros (10 milhões dos quais em dinheiro e o restante em imóveis) à Parvalorem para que o Tribunal da Relação de Lisboa suspenda a pena a que o antigo ministro e o seu sócio, José Neto, foram condenados.
A tentativa de acordo foi confirmada ao jornal por José Neto: “Houve um acordo e eu não devo mais nada, mas não posso dizer mais do que isto porque o acordo é confidencial.” Este acordo dos dois sócios consistiu na entrega ao Estado de 10 milhões de euros que obtiveram com a venda de um imóvel em Lisboa em 2019, e 12 milhões de euros em imóveis comprados pelas suas empresas com os créditos do BPN.
O BPN foi nacionalizado em 2008 (governo de José Sócrates), no contexto da crise financeira, e nessa mesma altura o Ministério Público iniciou uma investigação ao grupo BPN/SLN por suspeita de crimes financeiros cometidos na gestão do banco que vieram a confirmar-se.
A acusação do Ministério Público, conhecida em 2018, sustentava que, a partir de 2000, o antigo presidente do banco, Oliveira Costa, e também Francisco Sanches e Luís Caprichoso decidiram alargar os negócios do grupo a setores não financeiros, nomeadamente do imobiliário, turismo e novas tecnologias, para contornarem a supervisão do Banco de Portugal. Segundo a acusação, na altura, estes antigos gestores do banco usaram “terceiros de confiança” para atuarem como “fiduciários” em projetos de investimento, que na realidade pertenciam e eram comandados pelo grupo que dirigia o BPN.
Foi nesta operação que Arlindo de Carvalho e José Neto terão recebido indevidamente cerca de 80 milhões de euros do BPN e do Banco Insular de Cabo Verde, enquanto homens de confiança da administração nestes negócios.

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