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Os cinco maiores bancos (CGD, BPI, Santander Portugal, Novo Banco e BCP) obtiveram lucros de 1,3 mil milhões de euros, só no primeiro semestre deste ano, um crescimento de cerca de 80% em relação ao ano passado.
Entretanto, apenas sete das multinacionais do petróleo anunciaram os seus resultados, que ascendem a 117,8 mil milhões de euros e correspondem a um aumento de 153%.
Este elevado crescimento das taxas de lucro, fruto do aproveitamento especulativo que os grupos económicos estão a fazer da guerra e das sanções, contrasta, por um lado, com as dificuldades da generalidade das micro, pequenas e médias empresas. Por outro, com o agravamento das condições de vida dos trabalhadores e das populações, vítimas da inflação e do aumento de bens essenciais, nomeadamente a energia e a alimentação.
Os grupos económicos, embora não consigam esconder os avultados lucros e o seu crescimento, procuram esconder as suas causas: aumento da exploração e da especulação. Aliás, a afirmação recente de um dos principais banqueiros sobre a «hostilidade cultural ao capital e à sua acumulação» ou a acusação de populismo aos que denunciam estes lucros escandalosos, tem apenas como objectivo esconder que, por detrás estes lucros de uma minoria de privilegiados, estão também os baixos salários e os aumentos especulativos.
A ONU já veio reconhecer a necessidade de um imposto extraordinário sobre os lucros que estão a ser obtidos com a especulação. Mas não chega. É preciso aumentar salários, nomeadamente o salário mínimo, pôr fim aos mecanismos especulativos de fixação de preços, travar a liberalização da economia portuguesa e recuperar o controlo público de sectores estratégicos.
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