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sábado, 8 de outubro de 2022

O SINISTRO SENHOR Z

O SINISTRO SENHOR Z
O que é que justifica um ódio tão genocida contra um povo, relativamente ao qual, ainda há dois anos tratava como “povo irmão”? Em que estado de perdição e alienação um ser tem de estar para que defenda algo que, a materializar-se, resultaria na morte de milhões de inocentes, crianças, mulheres, idosos, trabalhadores… A que nível de corrosivo ódio é necessário estar para defender a aniquilação – preventiva, diz – de milhões de seres humanos?
E se, a propósito de um “não estou a fazer bluff”, e de um “defenderei o nosso território com todos os recursos disponíveis”, foi fabricada tão vigorosa celeuma, nos órgãos reprodutores de comunicação institucional, como justificar-se, agora, que depois disto, nem uma palavra, nem um chamado de atenção, nem um reparo.
O Sr. Z (ou chamar-lhe-ei “Mago de Z”?), numa entrevista proporcionada ao Australian Lowy Institute, respondendo à questão “o que deve a Aliança fazer”? Ele respondeu, dizendo que “como já havia dito antes de 24 de Fevereiro”, “deveria lançar-se um ataque preventivo que os impedisse de responder depois”.
Os órgãos de reprodução comunicacional do costume, perante o acontecimento, têm vindo dizer que o Sr. Z se referia ao que havia dito antes do início do conflito (Fevereiro de 2022 segundo ele, e não 2014, como deveria ser), a respeito do que haveria de ser feito para impedir a guerra.
Apenas de forma indirecta essa interpretação pode ser retirada do vídeo (vídeo em https://www.youtube.com/watch?v=9plcAPFQrHY&t=2773s ). Afinal, ele refere que “tal como havia dito…”. Mas seja como for, antes ou agora, este Sr., pensar, sequer, que para ver resolvido um conflito entre dois países vizinhos, ao invés de passar pelo diálogo civilizado, pela promoção e relações estáveis e, no seu caso, pelo cumprimento dos acordos então assinados, é preferível aniquilar milhões de pessoas, só para os assustar, esmagar e amedrontar…. Acho que diz tudo do seu plano mental.
E ainda se pode dizer que, mesmo que tal ataque acabasse, pura e simplesmente, com qualquer capacidade de resposta do inimigo, o que não sucederia, como sabemos, como pode alguém responsável, humano, fraterno e equilibrado, preferir a morte de milhões de pessoas inocentes, a um diálogo de paz, o qual, no caso, até já estava feito.
Mas como sabemos, também, tal ataque “preventivo”, à moda do império romano, de Napoleão, Hitler ou dos EUA, para além de uma mortandade nunca vista e a consequente contaminação radioactiva do seu país, ainda acabaria numa guerra mundial, pois as armas estratégicas dos países que as detêm, não estão apenas no seu território, mas ao redor do mundo. E supor, sequer, que um destes países sofre tal “ataque preventivo” e se deixaria ficar petrificado, acossado e com medo, não é algo aceitável para alguém que é presidente de um país e é apresentado pelos “do costume” como o político exemplar.
Agora o mundo pode ter um vislumbre do que seria ter-se dado mais tempo a um tipo destes, para fazer o que sugeriu no final da conferência da OSCE antes de iniciada a designada “operação Z”. E o Sr. Z, à data, sugeriu que o seu país deveria começar a rearmar-se com armas nucleares.
Agora, percebemos melhor a insistência no bombardeamento de centrais nucleares e a tentativa de produzir um efeito parecido por outras vias. Imaginem agora, que este Sr. Z tinha armas deste tipo… Talvez já não estivéssemos cá hoje. E depois, os outros é que são ditadores, tiranos, violadores de direitos humanos…
Pelo ódio que demonstra ao povo vizinho, percebe-se também a insistência do seu exército em alvejar alvos estritamente civis, locais sem qualquer instalação ou presença militar, à imagem do que tem feito, como sabemos -e como a OSCE registou, mas não divulgou – desde 2014.
Percebemos o desespero, afinal, os poucos avanços que tem tido, no terreno, depois de seis meses a recuar, são conseguidos à custa das reservas humanas e materiais, resultando em perdas humanas de milhares de soldados, por objectivo atingido. Esta estratégia, como o Sr. Z sabe, está condenada ao fracasso. Já os nazis a tinha usado, atacando em muitos locais ao mesmo tempo, usando as reservas; a história mostrou, como se sabe, que a defesa móvel e as retiradas “tácticas”, poupando mão de obra e material, no longo prazo, resultam sempre melhor. Acresce que, vindo o Inverno, sem reservas, sem energia, com lama, neve e frio, tudo se tornará ainda mais difícil. E, entretanto, já hoje caíram mais uns quantos vilarejos de Donetsk para o lado inimigo. Mas, destas perdas, os reprodutores e comunicação dos DDT, não falam.
E o Inverno vem aí, e com ele já vinha também mais gás, como resultado da negociação em curso. OS EUA tiveram de parar o mal pela raiz. E, demonstrando o acerto de quem viu neste jogo, uma estratégia de viabilização de um mercado de gás americano na europa, já veio o ministro alemão da economia dizer: “Ah! Há estados “amigos” que cobram demasiado pelo seu gás”. Hummmm. Um tipo destes deveria ser preso! Sem apelo nem agravo.
Preso porque desconhecia a estratégia americana (algo em que me recuso a acreditar), mais que documentada e, inclusive, confessada pelos próprios, ou preso porque traiu o seu país, a sua industria e o seu povo, deixando-os sem alternativa que não seja o encarecimento das matérias primas fundamentais… Depois de toda a água que tem corrido, é imperdoável. É imperdoável alguém ser tão atrasado que não avalie todos os ângulos de uma decisão. É imperdoável alguém deixar todo um continente arrastar-se para isto. E considerar “amigos” quem os pilha e lhes destrói, através de actos terroristas internacionais, as suas infra-estruturas vitais, também deveria dar calabouço.
E como que a agravar, a Nigéria já falhou quatro envios de gás para Portugal, a OPEC+ reduziu 2 milhões de barris diários e a Venezuela exige a retirada das sanções e descongelamento dos seus 40 mil milhões, como forma de início de conversa. Fica a questão de como negociará Biden e companhia com a Venezuela, uma vez que o seu presidente, o traidor Guaidó, não manda nada, e quem manda, eles não reconhecem como presidente. O que faz o desespero.
Biden, a quem temos de perdoar os “esquecimentos” constantes, veio dizer que isto era “um acto hostil contra os EUA”. Logo, os EUA que tão bons têm sido para o sul global e os produtos de commodities. “Mas quem são estes tipos para quererem hostilizar-nos”, pensará.
Entretanto, tudo isto prova que a era em que mandava o sistema financeiro está a passar. Num mundo com cada vez menos recursos naturais, são os produtores de matérias primas, e os produtores industriais, quem assume as rédeas. Estamos na era da commodities. O sistema financeiro já não determina as regras, e os EUA e EU estão a demorar a acordar deste pesadelo.
Os EUA neste momento encontram-se a avaliar uma proposta de lei, entregue no congresso, que visa retirar da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos, os sistemas de defesa anti-missil que lá têm, como que a dizer: se não fazem o nosso jogo, levam com os misseis dos houthis do Iémen.
Pois, mas se os Emirados e Sauditas já iniciaram este caminho, irreversível, digo eu, de desdolarização (bye-bye almoços grátis) e de trabalho em prol do sistema financeiro americano, é porque, das duas uma: ou já terão apalavrados os melhores sistemas de defesa aérea existentes (S-400 e S-500), já se está a ver de onde vêm; ou, ainda melhor, esta divergência com os EUA pode levar a uma aproximação em relação ao Irão (agora que este é da Organização de Cooperação de Xangai, a que os dois potentados do golfo também querem aderir) e, consequentemente, a um processo de paz com o Houthis, acabando a guerra no Iémen. Eliminando aquele por conta de quem a guerra é feita – os mestres do universo -, é normal que este chegue ao fim.
E enquanto o mundo inteiro (85%) da população mundial, se divorcia progressivamente do jugo ocidental; fazendo de conta que ainda mandam, eis que Úrsula Von der “Lies” (como alguém disse e bem), quer mais um pacote de sanções contra o país que mais manda nos mercados energéticos. Ah! E quer um tecto para o pagamento do seu gás e petróleo, comos e eles aceitassem vendê-lo nesses termos e não tivessem mais onde vender.
O próprio primeiro-ministro do Luxemburgo considera, que a UE, tendo introduzido um tecto para os preços do gás, pode vira a ficar, efectivamente, sem energia. Nem muita, nem pouca, nenhuma. Eis o que o rebanho acrítico e acéfalo anda a apoiar. Amanhã querem fazer uma massa com chouriço (até porque não terão dinheiro para mais) e não vai haver gás…
Não contentes com os “óptimos” resultados das sanções indiscriminadas, eis que foi aprovado o 1.º pacote de sanções contra a Sérvia. Mas… A Sérvia também está em guerra? Não… O problema é que a Sérvia não entra no jogo suicida da EU. E agora, atiram-lhe com o Kosovo para cima. Já estão habituados. O povo Sérvio é um povo lutador e saberá permanecer livre e independente.
Já a posição de Merkel, sobre a paz na Europa, não admira. Sempre foi alguém com o juízo medido, pense-se o que se pensar dela. Segundo Merkel, sem o urso da tundra, não haverá paz na Europa. O Urso tem de ser envolvido. Mas, não vejo como. Apenas o que vejo é a EU cada vez mais isolada, à medida que o seu poder gravita para o lado de lá do atlântico.
No final disto tudo, veremos a europa invadida por gangues armados com Javelins e metralhadoras pesadas, tornando a civilização europeia numa espécie de médio oriente do ocidente. Uma perfeita aplicação da “Teoria do Caos”!
P.S.1. Já repararam que evito escrever nomes de certos países e pessoas: a censura algorítmica a tal me obriga. As minhas desculpas.
P.S.2. ATENÇÃO!
Como forma de contornar a pressão crescente dos algoritmos, decidi criar dois canais alternativos para os meus escritos:
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